"Sonegador", "vagabundo" e "marginal". Ciro prometeu que, caso vença as eleições de 2022, "essa gente" não prospera, referindo-se ao empresariado bolsonarista. Apoiadores do presidente reagiram nas redes sociais
Ciro Gomes (PDT) chamou o empresário Afranio Barreira, dono da rede de restaurantes Coco Bambu, de “vagabundo” e “sonegador” durante entrevista a um canal no YouTube. Bolsonaristas não gostaram da declaração e reagiram nas redes sociais.
“Por empresários inescrupulosos, sonegadores de impostos, que estão aqui em Fortaleza fazendo política bolsonarista. Esse vagabundo do Coco Bambu tem 50 restaurantes no Brasil e no mundo, cada um deles tem uma razão social diferente pra não pagar imposto, pra estar no Super Simples. Por isso que são tudo bolsonaristas, porque é tudo marginal”.
Nas redes sociais, bolsonaristas como o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro (PL), e Mayra Pinheiro, pré-candidata a deputada federal pelo Ceará, conhecida também como a “Capitã Cloroquina”, reagiram à fala de Ciro Gomes e subiram a tag #SomosTodosCocoBambu.
“Ciro, como cearense, o Coco Bambu é orgulho para todos nós. O que eu tenho a dizer a você é que o meu sentimento é de vergonha. E, como médica, o conselho que eu dou é: procure urgente [por] um psiquiatra”, disse Mayra, em vídeo. “Vai ter pastel, camarão internacional e, se reclamar, ainda tem sobremesa e cafezinho”, escreveu a bolsonarista, na legenda.
O empresário Afrânio Barreira também se manifestou. Em nota, ele afirmou que Ciro “esqueceu” da história do Coco Bambu e defendeu sua posição de apoio ao presidente Jair Bolsonaro.
“O Coco Bambu passou por todos os governos durante esse período, sempre com forte crescimento. O apoio ao governo Bolsonaro é por convicção de ser o melhor para o Brasil e para os brasileiros”, destacou.
“O Coco Bambu, principalmente no Ceará é ostensivamente fiscalizado há muitos anos. Nunca existiu sonegação fiscal no Coco Bambu. Crescemos organicamente durante 30 anos através do trabalho. É lamentável que um candidato a presidência da República, utilize desses meios, denegrindo pessoas de bem, espalhando inverdades para aparecer na mídia”, ressaltou.
Dono do Coco Bambu defendeu a cloroquina
Em maio de 2020, pouco depois do início da pandemia de covid-19, o dono do Coco Bambu defendeu a postura do presidente Jair Bolsonaro em relação ao afrouxamento do isolamento social e ao uso da cloroquina no tratamento da doença.
Na época, Barreira disse ter sido infectado pelo novo coronavírus e fez o uso do remédio sem relatar efeitos colaterais: “Graças a Deus passei de forma tranquila pelo período que estive infectado”. A eficácia da cloroquina para o tratamento da covid-19, no entanto, não foi comprovada cientificamente.