Confusão no McDonald's: Atirador é o militar Paulo César Albuquerque, sargento do Corpo de Bombeiros. A vítima acabou ferida na barriga e perdeu um dos rins e parte do intestino. O agressor prestou depoimento, não foi detido, e alegou que o que houve foi um "acidente"
Uma confusão no McDonald’s motivada por um cupom de desconto acabou com um funcionário da rede de fast-food gravemente ferido por disparo de arma de fogo no Rio de Janeiro.
Imagens de câmeras de segurança mostram o atendente Mateus Domingues Carvalho, 21, sendo agredido com um tapa pela janela do drive thru e revidando o ataque do cliente, que foi identificado como o sargento do Corpo de Bombeiros, Paulo César Albuquerque. A vítima acabou ferida na barriga e perdeu um dos rins. Já o atirador prestou depoimento, não foi detido, e alegou que o que houve foi um “acidente”.
Após a troca de tapas na janela do drive thru, é possível ver nas imagens o sargento entrando na loja com a arma na mão e caminhando até o funcionário. Em seguida, Mateus cai ferido e é ajudado por uma terceira pessoa. O cliente deixa o local caminhando. O momento exato do tiro não é visível no vídeo da câmera de segurança.
Mateus foi levado pela Polícia Militar para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, onde passou por cirurgia. Segundo a família do profissional, o tiro foi disparado à queima-roupa. Marcela Costa, tia da vítima, contou que o sobrinho precisou remover o rim esquerdo e parte do intestino, devido à gravidade do ferimento.
“Ele ainda vai precisar passar por mais uma cirurgia no intestino para que ele não precise ficar usando bolsa de colostomia. O quadro de saúde dele no momento é estável. Ele já conversou com a gente um pouquinho”.
Testemunhas relataram à família de Mateus que a discussão entre ele o cliente foi motivada por um cupom de desconto. O bombeiro fez um pedido no drive-thru e somente no final do pedido informou que teria um cupom de desconto. De acordo com os relatos, o profissional teria informado que só poderia aplicar o benefício no começo do pedido, o que deu início a briga entre eles, que acabou com o jovem baleado.
Juíza rejeita pedido de prisão
Na tarde de ontem, a juíza Teresa Pinto Coelho Diniz, do plantão judiciário do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, indeferiu o pedido de prisão temporária contra o sargento Paulo César Albuquerque. Na decisão, ela alegou que o investigado foi identificado por meio de vídeos que circulam nas redes sociais, e fotografias extraídas da internet, “não estando devidamente esclarecido no inquérito a origem de tais elementos probatórios e a forma como foram obtidos”.
Após a divulgação das imagens, Paulo César se apresentou à Delegacia da Taquara, responsável pelo caso. À polícia, ele alegou que o disparo foi acidental. A Polícia Civil informou que vai pedir novamente à Justiça a prisão do militar.
O Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro informou que Paulo César responderá civilmente pelos seus atos na justiça comum e que foi determinada a suspensão imediata do porte e posse de armas do militar, além a instauração de um inquérito policial militar para apurar a conduta do profissional e a abertura de um conselho disciplinar.