Homem agride professor de 72 anos filiado ao PT de Pernambuco. O agressor continuou com o ataque mesmo após o idoso cair e desmaiar no chão. “A gente até faz aniversário no mesmo dia e já fomos amigos. Mas ele virou bolsonarista e passou a me considerar ‘inimigo’”, lamenta a vítima
com informações do Brasil de Fato
O professor aposentado Paulo Valença, 72, foi agredido após reclamar com o vizinho que autorizou uma dedetização em áreas comuns do condomínio, ameaçando contaminar o poço artesiano coletivo. O caso aconteceu na terça-feira (17) na cidade de Paulista, região metropolitana do Recife.
Em resposta, Valença teria sido xingado de “petista ladrão” pelo vizinho, que tentou acertar um vaso de planta na sua cabeça. O professor aposentado caiu, bateu a cabeça e desmaiou, mas o vizinho seguiu o ataque com ponta-pés. As informações são do Brasil de Fato.
O trabalhador contratado para fazer o serviço de dedetização foi quem interrompeu a sessão de violência. “Ele evitou um mal maior”, conta Paulo Valença, que ainda chegou a ver o agressor segurando uma pedra para agredi-lo, o que foi impedido pelo trabalhador. “Eu já estava caído, desmaiado e sangrando. Mesmo assim ele me deu dois chutes, conforme informações de vizinhos. Agradeço muito a Deus por não ter acontecido o pior”, completa Valença.
Valença afirma que o vizinho contratou um serviço de dedetização para áreas comuns do prédio sem combinar com os demais moradores. “Passou a colocar veneno no jardim e no local onde há o nosso poço artesiano, onde armazenamos água da Compesa, arriscando contaminar todo mundo. Eu fui abordar ele”.
O vizinho não recebeu bem a reclamação. “Eu disse que ele deveria ter avisado antes, combinado com vizinhos. Mas ele disse ‘sai daqui seu petista ladrão, corrupto, Luladrão’ e jogou um vaso de plantas em mim”, diz o professor.
O vizinho teria pego um estilhaço de lajota no chão e partido novamente ao ataque. Paulo Valença afirma ter recuado, mas escorregou no chão molhado e caiu, bateu com a cabeça e desmaiou. Ainda tomou dois chutes nas costelas e teve o ataque interrompido pelo trabalhador da dedetização.
“Agradeço as manifestações de solidariedade e ratifico a importância do SUS, Samu, Sassepe e a competência e humanismo de todos os profissionais que me atenderam”, conta o professor, que precisou fazer uma sutura de um corte na cabeça, onde tomou três pontos; além de realizar tomografia da cabeça e radiografias do tórax, coluna cervical e lombar.
Valença é filiado ao PT e foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sintepe), presidente estadual da Central Única dos Trabalhadores (CUT Pernambuco) e foi vice prefeito de Olinda de 2001 a 2008, na gestão de Luciana Santos (PCdoB), além de secretário de Educação do município.
Paulo Valença afirma que o agressor é um “vizinho bolsonarista que odeia petista” e que ambos se conhecem há décadas, sendo “vizinhos de térreo” no prédio em que moram. “Só uma parede divide a cozinha dele da minha”, relata o professor. “Ele tem 66 e eu tenho 72. Somos dois velhos. Tinha necessidade disso?”, brinca Valença, ainda se recuperando do ataque.
O petista tem o apartamento há mais de 40 anos e conhece o vizinho há quase esse mesmo período. “A gente até faz aniversário no mesmo dia, nossos filhos cresceram juntos e fomos grandes amigos”, lembra Valença. “Mas ele virou bolsonarista e passou a me considerar ‘inimigo’. Eu não considero ele inimigo, até tentei resgatá-lo, mas ele é muito agressivo. E o ódio na nossa sociedade levou a essa situação”, avalia.