Jovens de Santa Catarina que ostentavam vida luxuosa nas redes são presos por estelionato
Jovens de Balneário Camboriú (SC) ostentavam vida de luxo no Instagram, mas dinheiro era adquirido através de golpes aplicados na deep web. Eles foram presos enquanto deixavam uma joalheria. Um deles chegou a oferecer R$ 150 mil aos policiais para que liberassem todos
Quatro jovens de Balneário Camboriú (SC) foram presos pela Polícia Civil no momento em que deixavam uma joalheria do Leblon, bairro nobre da Zona Sul do Rio de Janeiro. Eles tentaram comprar itens de luxo com dinheiro que teria sido adquirido através de golpes aplicados na deep web.
A Polícia Civil identificou que Diego Luís Pereyra Ferreira, suspeito de chefiar o esquema, Willian Teixeira Chicorsky, Fernanda Natalina dos Santos Lima e Angélica de Jesus Albercht viviam uma rotina de luxo.
Apesar do pouco tempo no Rio de Janeiro, o grupo tem passagens por estados do Sul, Sudeste e Nordeste. Eles conseguiam dados das vítimas que possuem alto limite bancário na deep web. Em seguida, clonavam cartões de crédito e geravam links para pagamentos virtuais. Por fim, transferiam o dinheiro da pessoa que teve o cartão clonado para contas de “laranjas”.
Depois de conseguir o dinheiro, a quadrilha realizava transações bancárias de pequenas quantias para dificultar o rastreamento. Eles compraram motos, jet skis e fizeram viagens. Segundo a polícia, as informações na deep web eram compradas por R$ 250 para ter acesso a 50 dados pessoais.
“Eles compravam produtos com altos valores. Joias, roupas de grife, maquiagem, perfumes importados e faziam a revenda desses produtos comprados com a clonagem dos cartões em contas de rede social. Eles estão acostumados a aplicar esse golpe”, disse a delegada Daniela Terra.
“Na hora que forem comprar produtos pela internet, verifiquem a licitude desses produtos, a origem, porque a partir do momento que você compra produtos que você não sabe a origem, você está fomentando esse tipo de crime que vem crescendo — já que existem pessoas que ainda compram pela internet sem procurar saber”, ressaltou Daniela Terra.
Antes do grupo ser levado para a delegacia, Diego Luís Ferreira chegou a oferecer R$ 150 mil aos policiais para que todos fossem liberados. Em sede policial, ele disse que poderia dar uma Mercedes, moto e um jet-ski. Um dos suspeitos, que é estudante de direito, dispunha de mais de R$ 493 mil na conta corrente.
De acordo com o inquérito, o grupo foi autuado em flagrante por estelionato, associação criminosa, corrupção ativa e posse de arma de fogo de uso restrito.