América Latina

Alberto Fernández e AMLO criticam a Cúpula das Américas

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Alberto Fernández e Andrés Manuel López Obrador (Imagem: AFP)

Danilo Espindola Catalano*

Com discursos calorosos, os presidentes da Argentina, Alberto Fernández e do México, Andrés Manuel López Obrador (AMLO), criticaram a ausência dos presidentes de Cuba, Venezuela e Nicarágua na reunião, o que segundo eles é um ato antidemocrático, que não só interfere na economia, em se tratando dos bloqueios econômicos, mas também fere a vida dos cidadãos desses países, que vem em seu país a escassez de produtos, muitas vezes de necessidades básicas, resultado alarmante do bloqueio e das crises propagadas pela pandemia de COVID-19.

É importante o ato destes presidentes em se tratando da primeira e mais importante reunião de presidentes latino-americanos, após a vitória presidencial do presidente do Estados Unidos, Joe Biden, que nega receber presidentes na VIII Cúpula das Américas, mas aceita sentar e conversar um bom tempo com o presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro (PL).

Enquanto, presidentes como Fernández e AMLO criticaram veementemente o presidente Biden por sua postura, indo mais além de ideologias políticas em seus discursos, mostrando uma clara preocupação ao explanar as necessidades básicas de um país como Cuba, que sofreu recentemente com as fortes chuvas, assim como está ocorrendo no Recife em Pernambuco.

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Problemas exteriores a parte, acredito ser importante as falas dos presidentes da Argentina e do México, considerando a ascensão de um novo progressismo na América Latina, que busca ir muito além de ideologias políticas ou até de lutas partidárias, pois com a necessidade que se mostrou vigente no continente, em se tratando de crises políticas e econômicas agravadas pela pandemia de COVID-19, que é a volta da paz, emprego e alimentos, ou seja, necessidades básicas de sobrevivência, que foram esquecidas pelas gestões enteriores.

Além dos respectivos presidentes terem mostrado sua preocupação de maneira integrada aos direitos dos povos latino-americanos, eles realizaram discursos que vão de encontro com as preocupações de outros presidentes latino-americanos, como, Gabriel Boric (Chile), Pedro Castillo (Peru) e Xiomara Castro (Honduras), além dos candidatos que explanam em seus discursos de campanha a carestia e entre outras necessidades momentâneas da população; portanto, podemos concluir, que a nova forma progressista de se fazer política está explicitada nos discursos recentes da Cúpula das Américas.

*Danilo Espindola Catalano é escritor, pesquisador e professor de espanhol, dedicado a passar a cultura latino-americana aos seus alunos. Graduado em Sociologia e Política pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, pós-graduando em Metodologia do Ensino da Língua Espanhola e Especializando em Educação e Cultura pela Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais Brasil.

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