Na eleição passada, o empresário não só apoiou como comemorou a vitória de Bolsonaro nas redes. “Naquela época, eu não tinha muita informação e vivia numa bolha. Comecei a estudar e mudei. Vou votar no Lula”, declarou D’Lucca, ao admitir que a convivência com a esposa o influenciou: “Ela me ensinou muita coisa”
Após fazer campanha e votar em Jair Bolsonaro (PL) na eleição de 2018, o empresário Leandro D’Lucca afirma que seu voto em 2022 para a Presidência será em Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Marido da atriz Cleo Pires, ele acompanhou a mulher na noite desta terça-feira (31) em evento de lançamento do livro “Querido Lula: Cartas a um Presidente na Prisão”, no teatro Tuca, da PUC de São Paulo.
“Naquela época, eu não tinha muita informação e vivia numa bolha. Comecei a estudar e mudei. Vou votar no Lula. Ela [Cleo] trouxe várias questões e acabou me ensinando muita coisa.”, admitiu o empresário.
Em 2018, D’Lucca chegou a debochar das pessoas que não votaram em Bolsonaro após a divulgação do resultado oficial da eleição. Na ocasião, ele desejou uma “boa viagem para Venezuela ou Cuba”.
No evento desta terça, Cleo Pires leu a carta que o ex-deputado Jean Wyllys mandou para Lula quando o ex-presidente estava preso em Curitiba. A missiva faz parte do livro.
Camila Pitanga, Denise Fraga, Tulipa Ruiz, Zélia Duncan e outros artistas e políticos também fizeram a leitura de cartas durante a noite, que contou com a presença de Lula e da ex-presidente Dilma Rousseff.
Cleo diz ter feito questão de estar no evento por apoiar “1.000% o Lula e a Dilma”. “Acho que o que aconteceu com eles foi uma grande injustiça, foi inconstitucional. E eu acho que a gente tem que apoiar as coisas certas”, disse ela.
Questionada se recebeu mensagens de haters por publicar no Stories do Instagram vídeo do momento em que abraça Lula e Dilma durante o evento, a atriz afirmou que ainda não tinha recebido. “Mas, com certeza, vou receber. E não ligo, porque o que vem de baixo não me atinge”, afirmou.
“Querido Lula”
Durante os 580 dias em que esteve preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu presentes como livros, revistas, poemas, cordéis, fotografias, desenhos, roupas e até cobertores para espantar o frio da capital paranaense. E também não faltou conforto pelas palavras.
Cerca de 25 mil cartas foram endereçadas a ele nesse período. E algumas delas estão em Querido Lula: cartas a um presidente na prisão. A maior parte das cartas foram escritas por pessoas pobres, até mesmo ditadas e assinadas apenas com as digitais.
“Não há, até onde sabemos, nenhum movimento equivalente na história, ao menos na mesma escala. O que se registra aqui é um movimento inverso em relação às tradicionais cartas do cárcere, escritas por líderes encarcerados para o público”, afirma a organizadora da obra, a historiadora francesa Maud Chirio, professora e pesquisadora na Universidade Gustave Eiffel, França, onde Querido Lula foi publicado este ano.
Chirio se impressionou com o volume de cartas acumuladas em sacolas e caixas no Instituto Lula e voluntariou-se para catalogar e digitalizar o material. Junto com sua equipe de sete profissionais, decidiu dar mais luz àquelas vozes, que muitas vezes não são ouvidas.
Querido Lula apresenta 46 cartas recebidas pelo ex-presidente e selecionadas pela equipe. O livro ainda traz fotografias das cartas e dos objetos enviados, com demonstrações de solidariedade, amor e esperança.
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