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Lula diz que criará aplicativos públicos para concorrer com Uber e Ifood

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Geração de empregos: Lula citou como exemplo a experiência da cidade de Araraquara onde, a partir de uma plataforma pública, os trabalhadores digitais ficam com 90% do lucro

(Imagem: Ricardo Stuckert)

Getúlio Xavier, Carta Capital

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta quinta-feira 2 a necessidade de se buscar, em um eventual terceiro mandato, uma solução inovadora para se criar novas formas de emprego no Brasil. O País tem hoje 11,3 milhões de desempregados, o que significa uma taxa de 10,5%, segundo o monitoramento de abril do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Conforme explicou em evento que reuniu cooperativas do Rio Grande do Sul, o avanço do mundo digital e a robotização das indústrias não permitem mais que o País trilhe o mesmo caminho dos anos 1980, quando presidiu o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, ou 2003, quando assumiu a presidência pela primeira vez. Para ele, soluções possíveis precisam levar em conta o cenário atual e passam pela criação de aplicativos públicos de transporte e entrega, bem como pelo cooperativismo.

“Eu acredito que o mundo digital está nos levando a descobrir novas formas de trabalho. Nas reuniões todo mundo fala do desemprego e de criar mais emprego, fala em criar o novo, mas não sai do genérico, ninguém diz exatamente o que vai criar”, destacou Lula.

“O que nós temos de experiência é que, depois do que foi feito neste País do desmonte da legislação trabalhista e da previdência, o que temos de novo são as empresas de aplicativos. […] Aí é que entra a história que aconteceu em Araraquara”, complementou o petista.

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No discurso, ele celebrou a política feita na cidade do interior de São Paulo, administrada por Edinho Silva (PT), que desenvolveu seu próprio aplicativo de transporte, no qual fica com apenas 10% das corridas feitas pelos motoristas associados e não com a maior parte, como fazem as gigantes do setor. Segundo defendeu, a solução, aliada ao cooperativismo, podem ser as saídas para reduzir os índices de desemprego no Brasil em um eventual terceiro mandato.

“Quem sabe não é um momento extraordinário para a gente colocar a cooperativa na ordem do dia dos nossos discursos”, enfatizou. “Como estamos nessa loucura de renovar, reciclar e ter a capacidade de pensar mais do que a gente pensava, quem sabe o cooperativismo não está vivendo um momento de ouro para se fortalecer”, disse Lula mais adiante.

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O ex-presidente voltou ainda a afirmar que pretende, caso seja novamente eleito, implementar um Estado forte. O discurso repete a tônica do que disse Lula em sua primeira agenda no Rio Grande do Sul na noite de quarta-feira 1º. Na ocasião, ele ainda mandou um ‘recado’ aos interessados nas privatizações. “Quem quiser se meter a comprar a Petrobras e a Eletrobras, prepare-se, porque vai ter de conversar conosco depois das eleições.”

Nesta quinta, repetiu a afirmação sobre a força do Estado e acrescentou ainda que, se eleito, pretende fazer uma ‘meia revolução’ no País.

“Não dá pra gente voltar e só fazer a mesma coisa. É preciso que nossa volta signifique uma meia revolução de inovação neste País. Nós precisamos fazer coisas novas para gerar novas oportunidades”, explicou.

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