Empregada doméstica levou tapa de PM por chegar atrasada no trabalho
"Ele falou que eu poderia denunciá-lo que não aconteceria nada, porque ele é major da PM". Além do atraso, homem também teria se irritado com uma frase no WhatsApp da doméstica
A empregada doméstica Patrícia Peixoto foi covardemente agredida pelo policial militar Bruno Chagas no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O advogado da vítima diz ter solicitado à polícia a adoção de uma medida protetiva para ela contra o major da PM. Ele a agrediu no elevador do prédio.
Com a medida, a defesa solicita que o policial mantenha distanciamento dela e da sua família por no mínimo 500 metros, recolhimento de qualquer arma de fogo em posse dele e afastamento da função pública.
A câmera de segurança do elevador do condomínio onde Chagas mora registrou a agressão no último dia 18 de julho. É possível ver o momento em que Patrícia Peixoto entra no elevador, às 10h17, e é confrontada pelo major, que aparenta discutir com a funcionária ao apontar o dedo para ela.
Minutos depois, o homem chega a manter a vítima acuada no fundo do elevador, ainda com o dedo em riste. Quando ela percebe que ele está muito próximo, ela o empurra e é agredida com um tapa no rosto.
Segundo a faxineira, antes de entrar no elevador, ela e o major já haviam começado a discutir. Ela havia se atrasado 20 minutos para chegar ao apartamento, segundo ela, porque cuidava da filha doente na noite anterior e perdeu a hora.
“Desde o início, quando entramos no elevador, ele já estava me agredido com palavras, me chamando de vários tipos de nome. (…) Ele também falou que eu podia dar parte dele, que não ia dar nada pra ele, porque ele é major da PM”, afirmou Patrícia.
“Eu cheguei às 9h20, pelo fato de estar com a minha filha doente e não ter dormido à noite. Perdi a hora e cheguei um pouco atrasada. Aí veio me questionando o horário, por ter me atrasado, e eu me explicando. Em seguida veio o meu patrão questionando algo que eu tinha postado no meu status no Whatsapp”, contou Patrícia Peixoto.
“Era uma frase sobre empregada doméstica. Não lembro ao certo a frase, mas era algo que dizia que não custa nada fazer só porque tem empregada, entendeu? Mas não mencionei ninguém, não direcionei a ninguém”, contou.
“Depois que eu fiz a denúncia, ele fez algumas ligações para o meu telefone, para o telefone do meu esposo, mas a gente não atendeu”.
Em nota, a Polícia Militar informou que a Corregedoria da corporação já está com as imagens que mostram a agressão e que abriu uma investigação sobre o caso. A Polícia Civil informou que está investigando a agressão.
O major Bruno Chagas já respondeu a um processo na Corregedoria da PM por ter entrado sem autorização na casa da ex-mulher, a deputada federal Major Fabiana, e também xingá-la.
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