Redação Pragmatismo
Notícias 19/Jul/2022 às 20:35 COMENTÁRIOS
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"Fãs" de Rage Against The Machine ficam chocados ao descobrirem que a banda fala de política

Publicado em 19 Jul, 2022 às 20h35

Após show de retorno do Rage Against the Machine, "fãs" ficam chocados ao descobrirem que banda fala de política. Modelo brasileira virou alvo de piadas e comentários irônicos que lembraram que a política sempre esteve no centro das apresentações do grupo

Rage Against The Machine
Rage Against The Machine

Uma reportagem publicada pela revista “Rolling Stone” que destacava a surpresa de alguns ‘fãs’ dos EUA ao descobrirem que a banda Rage Against the Machine trata de temas políticos também reverberou no Brasil.

A polêmica, que chegou aos assuntos mais comentados do Twitter, começou quando a modelo brasileira Ellen Jabour comentou o conteúdo e criticou o “tom político” dos shows de Rage Against e do músico Roger Waters.

“Não gosto de shows que falam sobre política. Transformam um momento que era pra ser de unificação, em segregação. O clima fica péssimo pois as pessoas pensam diferente umas das outras e começam a se estranhar, e até mesmo a se agredir! Vivi isso no show do Roger Waters e foi uó”, desabafou Ellen.

Ellen imediatamente virou alvo de críticas e piadas que lembravam que a banda americana e o cantor inglês sempre falaram do assunto nas músicas e nos shows.

“Pensando no cara que sai de casa achando que a banda chamada ÓDIO CONTRA O SISTEMA (ou fúria contra a máquina, em tradução literal) é de um grupo de programadores de detesta o Windows”, diz um dos comentários no post da modelo.

“Inclusive, a música ‘Another Brick In The Wall’ (Outro Tijolo na parede) não tem nada a ver com política, não! Se trata apenas da história de vida de um pedreiro nascido no subúrbio de Londres”, diz outro comentário irônico.

Rage Against The Machine

A histórica banda Rage Against the Machine fez seu show de retorno em Wisconsin (EUA), no último dia 9 de julho. Na apresentação, os músicos exibiram mensagens que criticavam o fim da lei que garantia o direito ao aborto no país.

“Nascimento forçado em um país onde a mortalidade materna é duas a três vezes maior para mulheres negras do que para as brancas. Nascimento forçado em um país onde a violência armada é a principal causa de morte entre crianças e adolescentes. Abortem a Suprema Corte”, dizia uma das mensagens exibidas no telão do show.

No Facebook, um dos usuários afirmou que a banda havia “entrado pra turma da lacração”, enquanto outro escreveu que “eles realmente eram melhores quando deixavam a política de fora”.

Acontece que eles nunca deixaram a política de fora. Inspirado pela herança mexicana e a xenofobia vivida pelos integrantes, o Rage Against the Machine nasceu com letras de protesto. A banda usa o símbolo do Exército Zapatista de Libertação Nacional e nunca quis esconder suas posições políticas, como já disse o vocalista Zack de La Rocha:

“Estou interessado em divulgar essas ideias através da arte, porque a música tem o poder de cruzar fronteiras, romper cercos militares e estabelecer diálogos reais”.

Além de Zack, os outros membros da banda são Tom Morello (guitarrista), Tim Commerford (baixista) e Brad Wilk (baterista). Um dos maiores sucesso da banda, “Killing in the Name” é uma música que foi criada a partir dos protestos depois de mais um ato de violência policial contra um homem negro chamado Rodney King.

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