Para tribunal russo, empresa norte-americana resistiu em remover informações falsas da plataforma
Um tribunal russo multou a empresa norte-americana Google em mais de 21 bilhões de rublos (cerca R$ 1,937 bilhão) por não remover supostos conteúdos falsos sobre a invasão de Moscou à Ucrânia.
A agência reguladora de mídia, a Roskomnadzor, informou nesta segunda-feira (18) que a plataforma de vídeo de propriedade do Google, o YouTube, não foi capaz de bloquear “informações falsas” sobre a ofensiva em território ucraniano, “propaganda extremista e terrorista” e conteúdos “convocando menores para participar de manifestações não autorizadas”.
O Tribunal Distrital de Tagansky de Moscou aplicou uma multa com base nos ganhos da empresa em solo russo.
Antes da decisão, Roskomnadzor havia enviado ao Google 17 notificações exigindo que ele cumprisse a lei russa, mas a gigante da tecnologia não cumpriu.
Nos últimos anos, as autoridades de Moscou aumentaram a pressão em cima das empresas ocidentais de mídia social, afirmando que as plataformas estrangeiras distribuem conteúdo online que violaria leis nacionais.
Em uma entrevista à agência de notícias russa RIA Novosti, o especialista Vladimir Zykov destacou que a multa é a maior já imposta a uma empresa de tecnologia por um tribunal de Moscou. No entanto, ele destacou que a Rússia “não receberá o dinheiro”, principalmente pelo Google ter deixado recentemente o mercado da nação.
Na Rússia, as penalidades legais para as pessoas que se manifestarem contra o conflito na Ucrânia ficaram ainda mais pesadas. Os culpados podem pegar até 15 anos de prisão e muitas pessoas já foram detidas por tais acusações.
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