Com atos marcados para este sábado em Salvador no mesmo horário, campanhas de Lula e Bolsonaro estão preocupadas com questões de segurança e com a possível comparação entre os eventos. Ato de Bolsonaro mudou de local por causa da programação do de Lula
Com a justificativa de vistoriar obras realizadas com recursos do governo federal, o presidente Jair Bolsonaro (PL) vai cumprir agenda eleitoral na Bahia neste fim de semana. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também tem evento marcado em Salvador neste sábado (2).
O ato de Bolsonaro mudou de local por causa da programação petista. Lula, por sua vez, gostaria de fazer um cortejo na rua, mas foi desaconselhado pela equipe por questões de segurança.
Bolsonaro vai participar de uma motociata, marca da sua pré-campanha, com o ex-ministro da Cidadania João Roma (PL), seu pré-candidato ao governo do estado. O grupo sairá às 8h do Farol da Barra e deve percorrer cerca de 14 km pela orla soteropolitana até o Parque dos Ventos.
Lula fará um evento no estacionamento da Arena Fonte Nova, a céu aberto, mas com necessidade de cadastro para entrada, junto ao governador Rui Costa (PT), o ex-secretário Jerônimo Rodrigues (PT), pré-candidato ao governo do estado, e o senador Otto Alencar (PSD-BA), que busca a reeleição.
A motociata de Bolsonaro estava marcada para sair do Dique do Tororó, manancial à frente da Fonte Nova. Contudo, foi remanejado após a confirmação do evento petista, embora o Planalto diga que o esquema de segurança será similar ao de todos os outros eventos de Bolsonaro.
O GSI (Gabinete de Segurança Institucional) monitora a situação na esfera logística, mas diz que não deve alterar os protocolos que já são adotados pela pasta. As viagens de Bolsonaro costumam mobilizar um ostensivo aparato policial e, como o presidente faz questão de manter o contato com o público, em especial nas motociatas, a equipe de segurança segue um padrão operacional.
Já Lula gostaria de fazer o cortejo pelo centro histórico de Salvador, tradicional em 2 de julho, mas tem sido desaconselhado pela equipe. O martelo ainda não foi batido. Oficialmente, somente o evento do estádio está confirmado, mas a queda de braço segue, embora a campanha não cite a presença de Bolsonaro na cidade como fator determinante.
Com a escalada de ataques de bolsonaristas a eventos da campanha, o grupo do ex-presidente tem se preocupado cada vez mais com protocolos de segurança, ao passo que Lula quer ir na direção oposta, intensificando o contato com a multidão.
A narrativa de que Bolsonaro estará na rua enquanto Lula seguirá em evento fechado já circula entre apoiadores do presidente, embora o próprio grupo tenha mudado de rota por causa do PT.
Além disso, a motociata causa divergências em relação ao tamanho dos eventos. Governada pelo PT há quase 16 anos, a Bahia se tornou um dos principais redutos lulistas do país. Do lado petista, alguns dirigentes afirmam que as motociatas “fazem barulho e volume”, mas não são tão representativas em número de pessoas. O grupo de Bolsonaro argumenta que o evento mostra que o apoio do presidente “fecha ruas e estradas”.
O 2 de julho é o principal feriado da Bahia. É a data na qual o estado comemora a sua independência de Portugal. Depois da proclamação da Independência por Dom Pedro I em 7 de setembro de 1822, houve ainda guerra na Bahia por mais de um ano. Somente em 2 de julho de 1823, a província se incorporou de fato ao Brasil independente.
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