Esposa foi atingida por cinco disparos de arma de fogo, um deles no rosto. A enteada foi baleada na perna esquerda. Testemunhas dizem que a mulher queria a separação, mas Fernando Mares não aceitava o fim do relacionamento
O cirurgião dentista Fernando Mares foi morto pela Polícia Militar em Belo Horizonte (MG) após tentar matar a esposa e a enteada na noite dessa quinta-feira (11).
Fernando Mares vivia com a mulher e com a enteada e o casal tinha um relacionamento conturbado, com brigas recorrentes. Testemunhas afirmam que a companheira queria o fim do relacionamento, mas o homem não aceitava.
Na noite dessa quinta-feira (11), vizinhos ouviram gritos e discussões seguidos de disparos de arma de fogo e acionaram o apoio policial. Quando os militares entraram na casa, visualizaram Fernando alterado e ameaçando matar a companheira e a enteada. As duas já tinham sido baleadas por ele.
A companheira dele estava na mira da arma de fogo e os policiais tentaram negociar uma rendição com Fernando. O homem, em determinado momento, mudou o alvo e ameaçou os policiais com a pistola.
Após as negociações não terem sucesso e diante do risco que as mulheres e os agentes corriam, Fernando Mares foi baleado. Ele foi socorrido mas morreu a caminho do hospital.
A mulher dele foi atingida com cinco disparos, um deles no rosto. Ela foi levada consciente para o Hospital Odilon Behrens. A enteada foi baleada na perna esquerda e encaminhada para a mesma unidade de saúde. O Hospital Odilon Behrens disse que não divulga estado de saúde dos pacientes.
Armas de fogo no Brasil
Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o número de pessoas com licenças para armas de fogo disparou no governo Jair Bolsonaro (PL) e registrou aumento de 473% em quatro anos.
Em 2018, antes do presidente assumir, havia 117,4 mil registros ativos para caçadores, atiradores e colecionadores, os chamados CACs. Agora o número já chega a 673,8 mil — maior valor da série histórica. Além disso, o anuário mostra que o Brasil tem 2,8 milhões de armas de fogo particulares, um aumento de 39% em relação a 2020.
O governo Bolsonaro editou até o momento 19 decretos, 17 portarias, duas resoluções, três instruções normativas e dois projetos de lei que facilitam as regras para ter acesso a armas e munições no Brasil.
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