Apoiador de Bolsonaro mata eleitor de Lula durante discussão política no MT
Eleitor de Lula foi assassinado por bolsonarista após longa discussão sobre política; agressor foi preso em flagrante. Juiz converteu a prisão do apoiador de Bolsonaro para preventiva sob a justificativa de que se tratou de um "crime motivado por ódio político". Delegado diz que o extremista ainda tentou decapitar a vítima
Apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), Rafael Silva de Oliveira, de 22 anos, assassinou o petista Benedito Cardoso dos Santos, de 44 anos, com diversos golpes de faca e machado na última quarta-feira (7) em Confresa, cidade do interior do Mato Grosso.
A briga ocorreu em uma fazenda em Agrovila, a 30 km do centro de Confresa, onde os dois trabalhavam no corte de lenha. O corpo de Benedito foi encontrado por outro funcionário do local, na manhã de quinta-feira (8).
De acordo com a Polícia Civil, os dois começaram a brigar na fazenda. Em seguida, Benedito teria buscado uma faca para atacar Rafael, que conseguiu tomar o objeto e esfaqueou o petista ao menos 15 vezes. Antes de partir, o bolsonarista foi até o galpão da propriedade, pegou um machado e tentou decapitar a vítima.
O bolsonarista, então, seguiu para o hospital, onde reclamou de um corte na mão e outro na testa, alegando que teria sido vítima de um assalto. A polícia foi chamada e Rafael confessou o crime.
Em seu depoimento, Rafael admitiu que o crime foi cometido por “motivação política”. O bolsonarista foi indiciado homicídio qualificado, por motivo fútil e motivo cruel e teve a prisão em flagrante convertida para preventiva.
“Em um estado democrático de direito, no qual o pluralismo político é um dos seus princípios fundamentais torna-se ainda mais reprovável a conduta do custodiado”, diz o juiz Carlos Eduardo Pinho Bezerra de Menezes, na decisão.
“A intolerância não deve e não será admitida, sob pena de regredirmos aos tempos de barbárie. A liberdade de manifestação do pensamento, seja ela político-partidária, religiosa, ou outra, é uma garantia fundamental irrenunciável”, pontua o magistrado.
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