Desespero: aluna cadeirante morre após atentado em escola na Bahia. Imagens mostram alunos e funcionários fugindo em pânico do colégio para escapar dos disparos. A unidade de ensino adotou recentemente o modelo cívico-militar por acreditar que a medida traria mais segurança e disciplina para os estudantes. Polícia investiga publicações do adolescente nas redes com discurso de ódio
Uma adolescente cadeirante morreu após um ataque a uma escola no município de Barreiras, na Bacia do Rio Grande, na Bahia, na manhã desta segunda-feira (26).
O caso aconteceu na escola Eurides Sant’anna — unidade de ensino que adotou o modelo cívico-militar em 2020 por acreditar que a medida traria mais segurança e disciplina para os estudantes.
A jovem que morreu foi identificada como Geane da Silva Brito. Além de um revólver 38, o jovem também portava duas facas, uma bomba caseira e estava todo vestido de preto. Não há informações sobre a motivação do crime.
O atirador foi baleado e levado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o Hospital Geral do Oeste. Não há detalhes sobre o estado de saúde do jovem.
“O menino entrou na escola vestido de preto, deu um tiro na porta, lá dentro [do colégio] deu outro tiro. Os meninos [alunos] correram para a quadra, mas o instrutor mandou sair e ir para o fundo da escola, aí todo mundo arrodeou e conseguiu sair do colégio”, relatou um aluno.
Informações preliminares apontam que o atirador estudava na escola, mas não frequentava as aulas. Não há informações sobre desde quando ele estava ausente das atividades escolares.
A Polícia Civil investiga algumas publicações em redes sociais atribuídas ao adolescente de 14 anos com discurso de ódio. Em nota, a Prefeitura de Barreiras lamentou o caso e disse que a Secretaria de Educação e a Polícia Militar acompanham e oferecem apoio e assistência aos estudantes e seus familiares.
“Em tempo, solidarizam-se com a família da aluna vitimada, expressando os mais profundos sentimentos neste momento de profunda dor e consternação”, disse em trecho da nota.
VÍDEO:
Violência armada nas escolas
Esse é o segundo caso envolvendo armas e escolas em menos de uma semana. No último dia 20, a Procuradora Geral do Estado de São Paulo (PGE) recomendou ao governo estadual a edição de um decreto deixando expressa a proibição do “porte de arma como regra geral” dentro das escolas. A manifestação veio em decorrência de um episódio envolvendo a escola José Benedito Bartholomei, em Suzano, na Grande São Paulo. Conforme mostrou reportagem da Folha de S.Paulo, o professor Esdra Bandeira da Silva foi flagrado, em junho, carregando uma arma de fogo dentro da instituição.
O docente estava jogando vôlei com os alunos, quando derrubou acidentalmente a arma no chão da quadra. O revólver não chegou a disparar, mas causou preocupação entre os alunos e os pais que cobraram explicações da direção do colégio. Silva alegou, no entanto, estar dentro da lei por ter o registro de Colecionador, Atirador Esportivo e Caçador (CAC). A PGE contestou. O governo de Rodrigo Garcia (PSDB) apenas comunicou, no entanto, a proibição de acesso de pessoas armadas nas escolas às diretorias de ensino.
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