Agressor de eleitora do PT morre durante perseguição policial no RS. A mulher afirmou que está bem fisicamente, mas ainda muito assustada com o episódio. Ela lamentou a morte do bolsonarista: “Eu sinto muito que seja assim, porque não precisava ser dessa maneira”
Uma vereadora do PT em Salto do Jacuí, no Rio Grande do Sul, foi vítima de um atentado na última terça-feira (13). Um carro em alta velocidade bateu na traseira do veículo dela de forma proposital e tentou provocar um capotamento.
“Estávamos eu e minha assessora no carro e a gente percebeu que tinha alguém atrás cantando pneu, mas não demos importância”, relatou a vereadora Cleres Relevante. “Eu estava indo para casa, para pegar minha filha para levá-la à casa de uma amiguinha. Eu vi pelo retrovisor uma Hilux, o motorista ficava acelerando e brecando bruscamente. De repente, ele acelerou de uma vez e bateu na traseira do meu carro com toda a força”, lembra a vereadora.
No mesmo momento da colisão, a brigada da cidade passava pelo local. Cleres Relevante relatou o ocorrido, o que levou a uma perseguição entre as autoridades e o homem. “Eu parei, saí do carro e, por acaso, a brigada vinha passando. Eu chamei, parei a brigada, expliquei o que aconteceu e ele saiu fugindo.”
Durante uma perseguição policial, o agressor perdeu o controle do carro, sofreu um acidente e morreu. O homem foi identificado como Luiz Carlos Ottoni, de 46 anos. A polícia informou que ele era um empresário da região.
A vereadora afirmou que está bem fisicamente, mas ainda assustada com o ocorrido. O carro da vereadora estava adesivado com materiais de campanha do PT, com imagens do ex-presidente Lula e outros candidatos do partido.
“No momento em que a colisão ocorreu, passava uma viatura policial pelo local e avistou o fato e saiu em perseguição ao suspeito, que perdeu o controle de sua Toyota Hilux e foi a óbito no local”, declarou o deputado Paulo Pimenta (PT-RS).
Cleres Relevante não tem dúvida de que se tratava de uma agressão com motivação política, uma vez que reconheceu o homem. “Esse homem em outras vezes me provocou com piadas, com insultos nas redes sociais, em mensagens privadas. Eu sabia do ódio dele com o partido, comigo, e eu estava toda adesivada, estou em campanha”, disse.
“E não era só nas redes, não. Encontrei com esse senhor em eventos aqui na região e ele tentava me intimidar, gritava que eu era esquerdista, ‘pão com mortadela’, esse tipo de coisa. Claro que estou com medo. Tenho acompanhado o que a violência política tem provocado no País, mas nunca pensei que isso pudesse chegar perto de mim”.
A vereadora afirma que, em 20 anos de atuação, já enfrentou diversos adversários, mas faz questão de deixar registrado que, nessas duas décadas, jamais viu tanto desrespeito e violência por questões políticas. “Ele era do agronegócio e era um admirador de Bolsonaro. Pelo jeito ele não suportava minhas opiniões e apoio ao Lula”.
Por fim, Cleres ainda lamentou a morte do homem: “Eu sinto muito que seja assim, porque não precisava ser dessa maneira”.
→ SE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI… considere ajudar o Pragmatismo a continuar com o trabalho que realiza há 13 anos, alcançando milhões de pessoas. O nosso jornalismo sempre incomodou muita gente, mas as tentativas de silenciamento se tornaram maiores a partir da chegada de Jair Bolsonaro ao poder. Por isso, nunca fez tanto sentido pedir o seu apoio. Qualquer contribuição é importante e ajuda a manter a equipe, a estrutura e a liberdade de expressão. Clique aqui e apoie!