Policial bolsonarista à paisana é preso após atirar três vezes contra deputado do PT em Montes Claros. Atentado aconteceu horas após eleitores de Lula que faziam panfletagem na mesma cidade também serem vítimas de outro atirador
Um policial bolsonarista foi preso na noite deste domingo (26) por disparar três vezes contra o deputado federal Paulo Guedes (PT-MG) na cidade de Montes Claros (MG). O atirador é o soldado Dhiego Souto de Jesus, de 30 anos, e estava de folga no momento dos disparos.
De acordo com a Polícia Militar, ninguém foi atingido pelos tiros. No momento do crime estava acontecendo uma passeata do deputado Paulo Guedes, que é candidato a reeleição.
De acordo com o boletim de ocorrência (BO) da PM, o policial Dhiego estava em um Voyage de cor branca e disparou tiros durante a carreata política que ocorria no momento. Alguns apoiadores abordaram o soldado e todos os envolvidos foram levados para a delegacia.
Nas redes sociais, Guedes publicou um vídeo para denunciar o episódio. “Acabei de sofrer um atentado. Bolsonarista disparou três tiros contra o carro de som em que eu estava, durante carreata em Montes Claros. Até onde vai esse ódio?”, questionou.
Por ser um crime de viés eleitoral contra um deputado, Paulo Guedes acionou a Polícia Federal. “Não vamos sair da frente da viatura enquanto a PF não chegar”, disse. “Até onde vai esse ódio? Bolsonaro mata”, acrescentou.
Na delegacia, o policial bolsonarista justificou que “estava passando pela carreata” acompanhado de uma amiga no veículo e não soube identificar de qual partido político se tratava o evento. Segundo ele, a amiga teria gritado “Bolsonaro” e, neste momento, três pessoas de motocicleta fecharam o seu carro.
O bolsonarista Dhiego disse que se “assustou”, atirou para cima e saiu do local, mas foi seguido e abordado novamente. A pistola Taurus e um carregador foram apreendidos.
No BO, o deputado federal disse que já estava no final da carreata, em cima do trio elétrico, quando o Voyage passou e um homem colocou o braço para o lado de fora e atirou. As testemunhas disseram que o disparo foi em direção ao ao trio, mas que ninguém se feriu.
Segundo atentado em menos de 24h
O atentado contra o deputado Paulo Guedes (PT-MG) aconteceu menos de 24 horas após um grupo de eleitores pró-Lula ser alvo de disparos de arma de fogo na mesma cidade. Na ocasião, os apoiadores de Lula faziam panfletagem quando foram atacados pelo bolsonarista. Depois de atirar contra as pessoas, o homem também mostrou o órgão genital para os presentes.
Militantes do PT de Minas Gerais que estavam no local na hora do atentado afirmam que o homem se revoltou ao tomar conhecimento da panfletagem. Segundo relatos, o homem saiu e afirmou que não iria permitir divulgação do candidato petista em seu bairro.