ELEIÇÕES 2022

Socialite do agro pede demissão de funcionários pró-Lula: “questão de sobrevivência”

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Dona de propriedades na Bahia, socialite do agro pediu a demissão “sem dó” dos trabalhadores que votarem no ex-presidente Lula e afirmou que a medida é “uma questão de sobrevivência [...] vamos atacar, não tem outro jeito!”. MP instaura inquérito para investigar o caso

Roseli D’Agostini Lins

A empresária e socialite Roseli D’Agostini Lins pediu a demissão “sem dó” dos funcionários que votarem no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Presidência este ano. Dona de propriedades na Bahia, ela é apoiadora do presidente Jair Bolsonaro (PL) e afirma que a medida é “uma questão de sobrevivência”.

“Eu queria falar algo para os nossos agricultores. Façam um levantamento, quem vai votar no Lula, demitam e demitam sem dó. Porque não é uma questão de política, é uma questão de sobrevivência. E você que trabalha com agro e que defende o Lula, faça um favor, saia também”, afirmou, em vídeo publicado na última quarta-feira (31/08) nas redes sociais.

D’Agostini também cita a disputa ao governo na Bahia e menciona o candidato ACM Neto (União Brasil) em meio às críticas e ao pedido de “ataque” como estratégia de defesa ao agronegócio.

“Vamos atacar gente, não tem outro jeito não. O que que nós vamos fazer? Tem gente defendendo o agro e votando no Lula, votando no ACM Neto. O que que nós queremos do nosso país? Que continue do jeito que está? Eu estou indignada, eu estou indignada”, repetiu.

Nesta segunda (5), o perfil da socialite no Instagram foi fechado para seguidores. Na foto, ela estampa uma imagem que destaca o 7 de Setembro com a bandeira do Brasil. Na descrição, Rose se identifica como aposentada, conservadora e “entusiasta pelos rumos que o Brasil está trilhando!”.

Investigação

O Ministério Público do Trabalho (MPT) instaurou um inquérito para investigar a empresário por “possível assédio eleitoral”. De acordo com a procuradoria do MPT, as declarações extrapolam o âmbito da opinião e ultrapassam o limite da liberdade de expressão. Além disso, o órgão entende que a fala gravada pela empresária tem como objetivo reprimir o exercício da liberdade de voto de empregados do setor do agronegócio.

O MPT informou que vai notificar a autora das declarações para prestar esclarecimentos. Depois da apuração dos fatos, medidas extrajudiciais e judiciais poderão ser adotadas.

Além da procuradora titular do procedimento, o MPT designou a coordenação estadual de Promoção da Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho e a chefia da regional baiana para dar suporte à atuação neste caso.

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