ELEIÇÕES 2022

Bolsonaro segurou o preço da gasolina até o dia da eleição e valor vai explodir após domingo

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Pressionada por Jair Bolsonaro, Petrobras reduziu e segurou o preço da gasolina durante o período eleitoral. Mas estatal não consegue mais esconder que os valores vão aumentar após a realização do segundo turno

Imagem: Sérgio Lima/Poder360

com Manuel Ventura, da Agência Globo

Por pressão do governo Jair Bolsonaro (PL), a Petrobras tem segurado os reajustes nos preços dos combustíveis às vésperas da eleição, mesmo com os valores nacionais abaixo do mercado internacional. Por conta dessa defasagem, há uma pressão interna dentro da empresa para aumentar os preços, o que só deve ocorrer após as eleições.

A estatal já vende gasolina nas refinarias abaixo do Preço de Paridade de Importação (PPI) há seis semanas e o diesel há quatro, de acordo com dados do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). O PPI é a política de preços da Petrobras, que aplica no mercado interno o preço do barril de petróleo e do dólar.

De acordo com relatório do CBIE desta quarta-feira, a gasolina da estatal está 17,35% ou R$ 0,691 por litro mais barata que os preços internacionais. O diesel segue 14,86% ou R$ 0,854 por litro abaixo do PPI. Na média da semana passada, a defasagem da gasolina ficou em 8,03% e, a do diesel, 13,55%.

Técnicos da estatal e parte da diretoria afirmam que já seria necessário aumentar os preços. Bolsonaro, porém, tem pressionado para evitar um aumento de preços antes do segundo turno das eleições, marcado para domingo.

“O congelamento dos preços da gasolina foi mais uma medida eleitoreira de Jair Bolsonaro visando a sua permanência no poder. Assim como o Auxílio Brasil que só teve o valor aumentado às vésperas da eleição, como os benefícios para os taxistas e caminhoneiros que também só foram concedidos no período eleitoral, o atual presidente faz o mesmo com os combustíveis. São muitas manobras com prazo de validade, visando apenas a reeleição, visando comprar votos”, diz um funcionário da Petrobras.