ELEIÇÕES 2022

Bolsonaro vai ao TSE após ter fala sobre carne humana exibida por campanha de Lula

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Canibalismo: campanha de Bolsonaro vai ao TSE para barrar vídeo da carne humana. Indigenista e Funai desmentem fala de Bolsonaro ao afirmarem que não existe a prática de antropofagia entre os povos indígenas no Brasil contemporâneo

Na última quarta-feira (5) viralizou um vídeo do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) admitindo que quase cometeu canibalismo na cidade de Surucucu (RO) certa vez.

Na gravação ele afirma, dentre outras coisas: “Eu vou te falar o que é que é comer um índio […] Tive em Surucucu certa vez […] morreu um índio e eles estão cozinhando. Eles cozinham o índio, é a cultura deles […]. Cozinha por dois três dias e come com banana” diz.

“E daí eu queria ver o índio sendo cozinhado. Daí o cara falou ‘se for, tem que comer’. Eu falei, ‘eu como!’ Como a comitiva não quis ir, porque tinha que comer o índio, não queriam me levar sozinho lá, aí não fui. Eu comeria o índio sem problema nenhum”, completou.

Tanto a igreja católica como a evangélica condenam veementemente a prática de canibalismo. Ou seja, comer carne humana. O vídeo com a fala polêmica é verdadeiro e está disponível no YouTube desde 2016. A entrevista foi dada ao jornalista Simon Romero do New York Times.

Nesta sexta-feira (7), a campanha de Lula usou a fala de Bolsonaro sobre consumir carne humana. A campanha do presidente não gostou e acionou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para impedir a veiculação do vídeo.

“Nossa opinião é que essa propaganda vai ser negativa para o PT. Vamos entrar no TSE contra ela, para que eles coloquem a matéria dentro de contexto”, disse Fábio Faria, ministro das Comunicações e um dos coordenadores da campanha de Bolsonaro.

De acordo com Júnior Hekurari, presidente do Conselho do Distrito Sanitário Indígena (Condisi), Bolsonaro mentiu ao afirmar que os indígenas comem carne humana: “Os Yanomami do Surucucu não realizam quaisquer rituais que envolvam hábitos do canibalismo”, disse.

A Funai (Fundação Nacional do Índio) também já desmentiu a informação. “A prática de antropofagia entre os povos indígenas no Brasil contemporâneo não ocorre mais. Segundo o documento, a única informação a respeito deste costume data do período colonial”.

VÍDEO: