Datafolha e Ipec divulgam daqui a pouco as últimas pesquisas para a eleição presidencial. Confira o que apontaram os levantamentos desses dois institutos há 4 anos, no sábado, véspera do 2º turno de 2018
Era um sábado de 2018, assim como hoje, véspera de eleição, quando Datafolha e Ipec (ex-Ibope) divulgaram as suas últimas pesquisas para aquela eleição presidencial. Os dois institutos foram os únicos que cravaram o resultado da disputa entre os então candidatos Fernando Haddad e Jair Bolsonaro.
Na pesquisa divulgada um dia antes do segundo turno de 2018, o Datafolha apontou Bolsonaro com dez pontos de vantagem sobre Haddad. O presidente teve 55% das intenções para votos válidos, contra 45% do adversário. A margem de erro era de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Na mesma data, o Ibope (atual Ipec) mostrou Bolsonaro com 54%, e Haddad com 46%. A margem de erro também era de dois pontos percentuais.
Quando as urnas se abriram no dia seguinte, Bolsonaro venceu com 55,13% dos votos válidos, e Haddad ficou com 44,87%. Os dois institutos acertaram, mas o Datafolha conseguiu ser ainda mais preciso.
“Os desempenhos do Datafolha e do Ipec em 2018 foram realmente impressionantes, sobretudo quando consideramos que o Brasil é um país continental, multifacetado, com regiões de difícil acesso e que possui mais de 200 milhões de habitantes. O Datafolha ficou a apenas 0,1% do resultado obtido por Bolsonaro e, naturalmente, 0,1% do que Haddad conseguiu nas urnas”, aponta o jornalista Silvio Nogueira, do Pragmatismo.
Pesquisas de Hoje
O Datafolha e o Ipec divulgam hoje, a partir das 18h, as últimas pesquisas de intenção de voto para a Presidência entre Lula e Bolsonaro. Os levantamentos serão repercutidos aqui no Pragmatismo.
O Datafolha vai entrevistar pessoalmente 8.320 eleitores em todo o país até este sábado e também vai perguntar sobre como eles avaliaram a participação dos candidatos no debate presidencial promovido pela TV Globo na noite de ontem. Já o Ipec vai ouvir 4.272 pessoas em todos os estados até este sábado.
Após o resultado do primeiro turno, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro investiram contra as pesquisas eleitorais, apontando a diferença entre os levantamentos e o resultado das urnas.
O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR) chegou a apresentar um projeto de lei para criminalizar sondagens que divirjam dos resultados da urna, e 179 deputados assinaram um pedido para instalar uma CPI para investigar os institutos.
A ofensiva de Bolsonaro contra as pesquisas é superdimensionada e cumpre um papel de inflamar sua militância. Embora a maioria dos institutos tenha errado o resultado do primeiro turno, em 2018 e 2014 esses erros foram ainda mais acentuados do que em 2022. Além disso, o governo Bolsonaro não questionou o resultado da pesquisa Brasmarket, que foi a que mais errou nessa eleição.
Em disputas de segundo turno, a possibilidade de erro fica reduzida, uma vez que existem apenas dois adversários na disputa.