ELEIÇÕES 2022

Justiça recebe 150 denúncias contra Beto Carrero; parque diz que fez “brincadeira” e pede desculpas

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Beto Carrero World cometeu crime ao promover campanha que incentiva abstenção de eleitores de Lula. "Sem nenhuma dúvida é um crime eleitoral. É uma perversão dessa eleição atual: você restaurou práticas das décadas de 40, quando existiam aqueles coronéis da política que mantinham currais eleitorais e direcionavam voto, elegendo quem eles bem entendiam. Estamos presenciando um coronelismo pós-moderno"

Após mais de 150 denúncias contra o ‘Beto Carrero World’ serem recebidas pela Justiça, o parque se pronunciou e disse que tudo não passou de uma ‘brincadeira’.

“Galera, cadê o bom humor? O Beto Carrero World vem pedir desculpas publicamente pelo mal-entendido. Antes ou depois de vir se divertir vá exercer o seu direito de votar. Pense no futuro do Brasil”, publicou o parque.

Nas últimas horas, o parque havia lançado uma promoção para incentivar a abstenção de eleitores de Lula na votação de domingo (30). O Beto Carrero prometeu um passaporte promocional com o nome ‘Para Todos’, com as iniciais destacadas, fazendo alusão ao PT.

A publicação dizia ainda que a promoção era válida para “o amigo que não gosta de verde e amarelo”. A regra para o desconto era chegar ao local antes das 8h e sair depois das 17h – horário da votação. O desconto valia apenas para o domingo de eleições (30).

De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), desde a publicação, feita há 17 horas, são mais de 150 denúncias apontando crime eleitoral. De acordo com o órgão, as denúncias chegaram pelo aplicativo Pardal e foram encaminhadas ao Ministério Público Eleitoral.

Presidente de conselho do Beto Carrero World, o empresário Alexandre Murad é próximo de Luciano Hang. Ele doou R$ 80 mil para a campanha de Jorginho Melo (PL), candidato bolsonarista ao governo de Santa Catarina.

Crime eleitoral

Segundo o jornalista Josias de Souza, a ação do parque é compra de voto e “coronelismo pós-moderno”. “Sem nenhuma dúvida é um crime eleitoral. É uma perversão dessa nossa eleição: você restaurou práticas das décadas de 40 e 50, quando existiam aqueles coronéis da política que mantinham currais eleitorais e direcionavam voto, elegendo quem eles bem entendiam. Estamos presenciando um coronelismo pós-moderno. As empresas utilizam poder econômico para impulsionar votações”, disse.

“Esse parque está oferecendo vantagem em troca do não voto. Convida o petista para se divertir e, em troca, ele se ausenta. É assédio e compra de voto. Você está comprando a abstenção”.

Josias também criticou o poder Judiciário por não conseguir lidar com esse problema. “É um escárnio. E o escárnio é maior, porque o Judiciário, o Ministério Público do Trabalho, tem sido incapaz de deter esse coronelismo pós-moderno. No Ministério Público do Trabalho tinha mais de 1100 denúncias de assédio eleitoral, que é compra de voto. É 5 vezes mais do que aconteceu em 2018”, destacou