Monitoramento focal da Atlas Intel foi conduzido em tempo real com eleitores que não votaram nem em Lula nem em Bolsonaro no 1º turno da eleição
O instituto Atlas/Intel monitorou um grupo de eleitores indecisos durante o debate presidencial da TV Globo realizado nesta sexta-feira (28). Foram acompanhados no estudo, em tempo real, pessoas que no 1º turno votaram em Simone Tebet, em Ciro Gomes ou em ninguém.
Ao serem questionados com a pergunta ‘quem venceu o debate?’, os eleitores responderam:
Lula (51,5%)
Bolsonaro (33,7%)
Não sei (14,9%)
Ainda de acordo com o monitoramento, 61% dos eleitores de Tebet pretendem apoiar Lula após o debate e 35% dizem que vão apoiar Bolsonaro. Entre os eleitores de Ciro, 51% foram para Lula e 26% para Bolsonaro. Já entre os que não votaram em ninguém no primeiro turno, 40% dizem que vão de Lula, 20% em Bolsonaro e 40% continuam indecisos.
O que dizem jornalistas
O jornalista José Roberto Toledo, especialista em política, acredita que o debate não mudou voto. “Lula ganhou e foi melhor. Acho que ele fez a tática mais inteligente. Ele foi para não perder, foi para consolidar o eleitorado que tinha. Falou com o pobre, falou de salário mínimo e falou de Roberto Jefferson que foi o grande evento da campanha. A meu ver a campanha foi decidida no domingo por 50 tiros de fuzil e três granadas, ali acabou qualquer chance de Bolsonaro”, começou Toledo.
“Bolsonaro também falou para o público dele, só que o público dele é minoritário. Então do ponto de vista de estratégia, a estratégia do Bolsonaro foi burra e a estratégia do Lula foi inteligente. Consolidou o que ele [Lula] tinha”.
“Coroando uma corrida presidencial marcada por uma disputa entre rejeições, o embate final do segundo turno desenhou-se como um debate entre monólogos. O objetivo primário de qualquer encontro do tipo é evitar um escorregão fatal, e nisso tanto Lula quanto Bolsonaro foram bem-sucedidos. Já o alvo secundário, a conquista de indecisos parece ter ficado bastante longe. Os candidatos falaram para si mesmos e com uma estridência colegial, trocando de temas incômodos para outros assuntos”, diz Igor Gielow.