Marina Silva registra boletim de ocorrência após ser agredida por apoiadores de Bolsonaro em Minas: "O que nós vemos hoje no Brasil é violência, e isso acontece porque temos um governo fascista. É importante que a sociedade descubra isso. É quase que uma ordem do presidente da República: sejam violentos. Precisamos voltar a ser humanos"
Durante entrevista coletiva na manhã deste sábado (22) em Minas Gerais, o candidato à Presidência da República pelo PT Luiz Inácio Lula da Silva e a senadora Simone Tebet (MDB-MS) condenaram um ataque realizado no dia anterior por bolsonaristas à ex-ministra Marina Silva (Rede-SP).
Marina relatou em redes sociais ter sido agredida verbalmente. Ela foi xingada de “vagabunda” após um jantar com dirigentes de seu partido no restaurante do hotel Radisson Blu, em Belo Horizonte.
“Hoje, o que nós vemos é violência e mais violência verbal e às vezes física. E isso acontece porque nós temos um governo fascista no Brasil. É importante que a sociedade descubra isso. (…) É quase que uma ordem do presidente da República: sejam violentos. Precisamos voltar a ser humanos. A gente não pode fazer uma guerra santa nesse país”, afirmou o candidato do PT.
Já Tebet chamou Bolsonaro de “covarde”: “As mulheres vão decidir essa eleição contra um presidente misógeno, que estimula a violência contra as mulheres porque é um covarde”.
A própria Marina, que acompanha Lula e Tebet num evento de campanha em Ribeirão das Neves, afirmou que fez um boletim de ocorrência do caso na delegacia:
“Primeiramente, um grupo começou a gritar “Bolsonaro mito”. Depois, um deles me chamou por duas vezes de vagabunda. Fui na delegacia prestar queixa porque ele vai ter que dobrar a língua suja dele”.
A senadora Simone Tebet também repudiou um vídeo gravado nesta sexta pelo ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), atacando e comparando a ministra do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Cármen Lúcia com uma “prostituta”.
Os ataques ocorreram após Cármen votar a favor de punir a emissora Jovem Pan em razão de declarações de comentaristas da emissora consideradas distorcidas ou ofensivas a Lula.
“Um ex-deputado fez uma agressão à ministra Cármen Lúcia como eu nunca tinha visto. É caso de determinar a prisão, ele tem que voltar para a cadeia imediatamente. Ninguém tem o direito de agredir uma mulher da forma como ele fez”, afirmou Tebet.