ELEIÇÕES 2022

“É um plebiscito entre o pior e o melhor presidente que este país já teve”, diz Boulos sobre eleição de amanhã

Share

“De um lado, o pior presidente que esse país já teve, alguém que teve uma atitude criminosa na pandemia, alguém que matou gente, que devolveu o Brasil para o Mapa da Fome, alguém que só se ergue em mentiras. Do outro lado, Lula, o melhor presidente que o Brasil já teve, que tirou dezenas de milhões de pessoas da miséria”

Bolsonaro e Lula

RBA

Guilherme Boulos (Psol-SP), deputado federal mais votado em São Paulo, está “muito confiante” na vitória do candidato da coligação Brasil da Esperança à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), amanhã (30). Mas eleição “não se ganha de véspera”, alerta Boulos, que participou de edição extraordinária do programa Entre Vistas, na TVT, na noite de ontem (28). Para ele, a disputa entre Lula e o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), não ocorre em circunstâncias normais. Ele classifica a eleição atual como um “plebiscito”.

“Estamos no próximo domingo diante de um plebiscito”, afirmou ao jornalista Juca Kfouri. De acordo com o entrevista, de um lado, está Bolsonaro, “o pior presidente que esse país já teve, alguém que teve uma atitude criminosa na pandemia, alguém que matou gente, que devolveu o Brasil para o Mapa da Fome, alguém que só se ergue em mentiras”, afirmou. Do outro lado, Lula, “o melhor presidente que o Brasil já teve, que tirou dezenas de milhões de pessoas da miséria“.

Boulos destacou os abusos de Bolsonaro na utilização da máquina pública – aumento do Auxílio Brasil, redução do ICMS nos combustíveis, orçamento secreto –, somados a já conhecida máquina de disseminação de fake news. Ainda assim, Lula venceu o primeiro turno com cerca de 6 milhões de votos a mais que Bolsonaro, e vem mantendo essa vantagem, de acordo com as principais pesquisas, ressaltou Boulos. Por isso, ele acredita que o “pesadelo Bolsonaro” deve ter um fim no próximo domingo.

Boulos acredita em virada em São Paulo

O deputado eleito também acredita numa virada na disputa pelo governo de São Paulo, culminando com a vitória do candidato Fernando Haddad (PT). Para Boulos, o candidato adversário, Tarcísio de Freitas (Republicanos), teve uma votação liderou o primeiro turno “escorado” em Bolsonaro. E avançou no início da campanha do segunto turno, em função do apoio do atual governador, Rodrigo Garcia (PSDB), que trouxe com ele o peso da máquina do Palácio dos Bandeirantes.

A entrevista de Boulos foi gravada na quinta (27), antes do debate entre Haddad e Tarcísio na TV Globo. A Juca Kfouri, o agora deputado disse que apostava no bom desempenho de Haddad – como, de fato, ocorreu – para ampliar as chances de virada sobre Tarcísio.

Tanto o debate como toda a campanha desse segundo turno também serviu para o eleitorado paulista conhecer melhor o candidato bolsonarista, segundo Boulos. Para ele, Tarcísio não conhece o estado de São Paulo, nem seus problemas, nem suas potencialidades. “Ele, como ministro de Infraestrutura não trouxe nenhum benefício para São Paulo, assim como o governo Bolsonaro não trouxe.

Além disso, Boulous afirmou que o episódio de Paraisópolis pode selar a derrota de Tarcísio. “É muito sério ele querer forjar um atentado. Porque ele imediatamente após o que ocorreu, foi nas redes sociais e disse ‘fui vítima de um atentado’. Aí depois as coisas começam a aparecer, a equipe dele pedindo para cinegrafista pagar a imagem, gente da Abin (Agência Brasileira de Inteligência). O que um agente da Abin está fazendo na campanha do Tarcísio aqui em São Paulo?”, questionou o parlamentar eleito. “Possivelmente eles tentaram encobrir uma execução. É muito grave. É a tática miliciana”, afirmou.

Desse modo, considerando como provável a vitória de Lula, Boulos ainda alertou para o risco de São Paulo se tornar uma espécie de “refúgio” para os bolsonaristas. “Nós vamos botar o estado de São Paulo na mão dessa gente?”

→ SE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI… considere ajudar o Pragmatismo a continuar com o trabalho que realiza há 13 anos, alcançando milhões de pessoas. O nosso jornalismo sempre incomodou muita gente, mas as tentativas de silenciamento se tornaram maiores a partir da chegada de Jair Bolsonaro ao poder. Por isso, nunca fez tanto sentido pedir o seu apoio. Qualquer contribuição é importante e ajuda a manter a equipe, a estrutura e a liberdade de expressão. Clique aqui e apoie!