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Policiais federais atacados por Roberto Jefferson recusam encontro com Bolsonaro

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Bolsonaro queria uma foto com os agentes para possíveis fins eleitoreiros, mas policiais recusaram o encontro. Marcelo Villela e Karina Miranda não quiseram ser usados politicamente. Além de ter jogado três granadas contra os policiais, Jefferson disparou mais de 50 tiros com um fuzil 5.56 mm.

Policial ferida por Roberto Jefferson

RBA

Os agentes da Polícia Federal atacados pelo ex-deputado Roberto Jefferson foram “convidados” a se encontrar com Jair Bolsonaro (PL), mas recusaram. Com a negativa, o delegado Marcelo Villela e a agente Karina Lino Miranda de Oliveira, feridos pelo aliado do chefe de governo no domingo (23), quiseram evitar serem usados politicamente. A informação é do colunista Guilherme Amado, do portal Metrópoles. O ataque aos agentes federais causou enorme desgaste a Bolsonaro e atingiu sua campanha.

Segundo perícia da PF, a policial Karina teve ferimentos no rosto e na coxa e ficou com estilhaços de granada no quadril. Já o delegado Villela, ferido na cabeça, tem dois fragmentos no crânio, que seriam estilhaços ainda não identificados.

Além de ter jogado três granadas contra os policiais, Jefferson disparou possivelmente mais de 50 tiros com um fuzil 5.56 mm. Os agentes foram à sua casa em Comendador Levy Gasparian (RJ) para cumprir ordem de prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes. Apesar de tudo isso, Jefferson disse que não teve intenção de matar. A PF indiciou Roberto Jefferson por quatro tentativas de homicídio.

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O episódio do domingo repercutiu fortemente no interior da Polícia Federal. Dirigentes de entidades de delegados da PF pediram, na terça-feira (25), “providências” sobre a conduta do agente filmado na casa do ex-deputado federal Roberto Jefferson depois do brutal ataque de Jefferson aos colegas.

Indignação

Os delegados representados pelas entidades ficaram indignados com o policial Vinicius de Moura Secundo, que negociou a rendição de Jefferson. Mesmo depois das tentativas de homicídio, Secundo se dirigiu ao ex-deputado com uma brandura considerada inaceitável pela categoria, dizendo a Jefferson que podia ficar “tranquilo” e “o que o senhor precisar a gente vai fazer”.

Dirigentes da associação, federação e de delegados se reuniram na terça-feira (25) com o superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, delegado Ivo Roberto Costa da Silva, para pedir apuração administrativa sobre o comportamento desse policial que “negociou” a rendição do ex-deputado e aliado de Bolsonaro, que quase matou os dois agentes.

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Em nota que circulou em grupos de policiais federais, segundo O Estado de São Paulo, as entidades “reiteraram fortemente a necessidade da preservação da autonomia técnico-jurídica da Polícia Federal, inclusive pela iniciativa de instrumentos legais que a garantam”.

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