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ELEIÇÕES 2022 29/Out/2022 às 21:15 COMENTÁRIOS
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"Te amo, espanhola": Zambelli tentou matar homem negro após ouvir referência sobre seu passado

Publicado em 29 Out, 2022 às 21h15

"Te amo, espanhola": história espalhada por Joice Hasselmann foi estopim para Zambelli tentar matar jornalista negro. "O susto que eu passei hoje foi enorme. Pensei na minha mãe, que é sozinha. Eu sou preto, periférico. Eu pensei muito na minha namorada. Eu pensei muito na minha vida e eu acho que a gente está em uma situação extrema, não é normal, não é uma situação saudável." Há dois dias, Zambelli recriminou o amigo Roberto Jefferson pelo atentado com armas de fogo. Ao protagonizar o episódio armado do dia, a deputada demonstra que sua crítica a Jefferson foi artificial

Luan Araújo e Carla Zambelli
Luan Araújo e Carla Zambelli

O homem negro perseguido por Carla Zambelli diz que a deputada partiu para cima dele com seus capangas após ouvir a frase “te amo, espanhola”. Em 2019, a então deputada Joice Hasselmann afirmou na CPMI das Fake News que o presidente Jair Bolsonaro perguntou a ela se Carla Zambelli teria trabalhado como prostituta na Espanha.

“Quem me perguntou na sala do presidente depois de eleito se você tinha sido prostituta na Espanha foi o presidente”, disse Hasselmann.

Em 2021, durante a CPI da Covid, o senador Omar Aziz usou a música de Flávio Venturini para rebater ofensas que recebeu da deputada Carla Zambelli.

O jornalista esportivo Luan Araújo conta que voltava de um chá de bebê com amigos quando viu a deputada pedir voto no candidato ao Governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao recepcionista de um bar e reagiu com um xingamento a ela. Os seguranças de Zambelli, então, começaram a filmá-lo, e a briga escalou quando ele disse “te amo, espanhola”.

Nesse momento, de acordo com Luan, a deputada começou a correr atrás dele e um tiro foi disparado. “Eu ouvi um tiro e não sei se passou perto da minha perna, mas eu senti a bala chegando perto. E saí correndo do bar. Eles tentaram me colocar no chão, como se fossem policiais mesmo”, conta.

Luan correu e entrou num bar, e a deputada pediu que ele deitasse no chão e pedisse desculpas. “Eu falei: ‘você não é policial, eu não vou ficar no chão para você’. Aí começou um bate-boca muito grande e ela disse que ia chamar a polícia”, diz ele que, por fim, pediu desculpas para ir embora.

“O susto que eu passei hoje foi enorme. Eu pensei na minha mãe, que é sozinha. Eu sou preto, eu sou periférico, da zona leste de São Paulo. Eu pensei muito na minha namorada. Eu pensei muito na minha vida e eu acho que a gente está em uma situação extrema, não é uma situação normal. Não é uma situação saudável.”

“Fui eu como um cidadão negro que discuti com ela. Não foi ninguém, não foi PT. Fui eu, um cidadão comum”, afirmou Araújo.

Segundo legislação eleitoral, o porte de arma e de munição é proibido nas 24 horas que antecedem e sucedem o dia de votação. Uma resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovada em setembro determina que o descumprimento da regra pode acarretar prisão em flagrante por porte ilegal.

Em sua página no Instagram, a deputada aparece ofegante ao lado de um policial e afirma que registrou boletim de ocorrência. “Fui agredida agora pouco, me empurraram no chão. Eram vários. Eles usaram um homem negro para vir para cima de mim”, disse Carla no vídeo.

Luan Araújo

Segundo o portal DCM, Luan Araújo é especializado em esportes, membro da Gaviões da Fiel e da Democracia Corintiana. Escreve para um portal de modalidades dos EUA. Ele mesmo diz que “torce pelo New York Jets (time de futebol americano) por identificação cultural e é fã de Paul Pierce na NBA”.

Luan Araújo tem um perfil no Instagram quase todo dedicado a sua paixão, o Corinthians. Em 2020, escreveu sobre João Alberto Silveira Freitas, espancado até a morte por seguranças do Carrefour:

“Feliz 20 de novembro. Um oferecimento da multinacional francesa que espanca um preto só por ter um carro que a sociedade diz que não pode ser seu”

Zambelli e Jefferson

Amiga de Roberto Jefferson, Zambelli criticou o ex-deputado por temer que o atentado cometido por ele contra policiais federais resvalasse negativamente na campanha de Jair Bolsonaro. Ao protagonizar o episódio armado do dia, a deputada demonstra que sua crítica a Jefferson foi artificial.

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