Democratas neutralizam 'onda republicana' e resultado da eleição frustra Trump
Donald Trump se mostrou furioso após o resultado decepcionante dos Republicanos na eleição legislativa dos EUA. Democratas, de Joe Biden, tiveram desempenho melhor do que esperado e devem manter maioria no Senado e perder por uma diferença apertada na Câmara. Resultado contém a tão propalada “onda republicana”
Um dia depois das eleições legislativas de meio mandato nos Estados Unidos, ainda não está claro se os democratas ou os republicanos controlarão o Congresso do país. Os resultados iniciais, divulgados na manhã desta quarta-feira (9), vêm indicando uma disputa mais apertada do que a esperada entre os dois partidos. O que contraria também a “onda vermelha”, projetada por analistas, que poderia inviabilizar a segunda metade do governo do presidente democrata, Joe Biden.
É comum que o partido da situação perca a maioria em ao menos uma das casas do Congresso. Mas, de acordo com projeções da agência de notícias Associated Press, até o momento, no Senado, democratas ganharam uma cadeira e estão com 46 assentos confirmados. Enquanto os republicanos perderam uma e estão com 47 cadeiras. Ainda faltam quatro para serem definidas. Para obter maioria, os republicanos precisam de 51 assentos. Enquanto os democratas podem liderar com 50. Isso porque, em caso de empate, o vice-presidente dos EUA tem o voto decisivo. E atualmente, a vice-presidente dos EUA é a democrata Kamala Harris.
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Mesmo na Câmara, onde os republicanos lideram, com a confirmação de 199 deputados eleitos, os democratas também se mostraram mais competitivos com a eleição de 174 nomes. Com todos os 435 assentos disponíveis, quem conquistar 218 cadeiras controla a Casa. O que é apenas seis a mais do que o partido Republicano tem hoje. “Definitivamente não é uma onda republicana, com toda certeza”, reconheceu o senador republicano Lindsey Graham, um dos líderes do partido e aliado do ex-presidente Donald Trump, em entrevista à NBC.
‘Onda vermelha’ se esvai
Chamadas de midterms, as eleições legislativas de meio mandato ocorrem no período intermediário entre as eleições presidenciais e servem também como um referendo sobre o governo atual. Um controle republicano na Câmara, por exemplo, poderia desencadear em uma rodada de investigações contra Biden e sua família. Enquanto que a maioria no Senado também poderia minar suas indicações judiciais. A disputa também reflete nas perspectivas para a corrida presidencial dos Estados Unidos em 2024. A previsão é que o ex-presidente republicano Donald Trump anuncie sua pré-candidatura à presidência na semana que vem.
Ao longo das eleições, Trump endossou mais de 300 candidatos. No geral, os estadunidenses foram às urnas nesta terça (8) para escolher todos os 435 deputados, e até um terço – 35 cadeiras do Senado, e vários governadores. No caso da Câmara, os mandatos são de dois anos, e os senadores ficam seis anos no cargo.
Trump esperava a “onda vermelha” para concorrer à indicação presidencial com folga. No entanto, os primeiros resultados vem indicando amargas derrotas em estados-chave para ele, como Pensilvânia, Michigan e New Hampshire, onde seus candidatos perderam para democratas. O ex-presidente ainda ganhou um adversário na corrida à presidência dentro do seu partido, o governador da Flórida, Ron DeSantis, reeleito com quase 20% a mais de votos que seu adversário democrata, Charlie Crist.
Vitória modesta
Comparadas com outras “midterms”, os republicanos vêm registrando viradas abaixo da média histórica. Em 2010, no governo do democrata Barack Obama, eles conquistaram 63 cadeiras no Senado. Em 1994, no governo de Bill Clinton, foram 54 assentos. O que também ocorreu quando Donald Trump enfrentou as eleições legislativas em 2018, e os democratas conquistaram 41 cadeiras para o partido.
Como esperado, a legenda do atual presidente dos EUA registrou melhor desempenho nos estados mais liberais. Maryland, Connecticut e Illinois projetam vitória para os senadores democratas. Já os republicanos tiveram sucesso em seus redutos no Sul e no Meio-Oeste do país. Eles se saíram bem na Carolina do Sul, Kentucky e Ohio para o Senado.
Marcos até o momento
A disputa para governador, contudo, alçou o democrata Wes Moore como o primeiro governador negro do estado de Maryland, o terceiro da história dos Estados Unidos. As projeções da Associated Press indicam que ele venceu o candidato republicano Dan Cox, da direita radical que tinha o apoio de Trump. O estado de Massachusetts também elegeu, pela primeira vez, uma chapa com duas mulheres. A democrata Maura Healey assumirá o comando do estado ao lado de sua vice, Kim Driscoll. Healey é também a primeira mulher abertamente lésbica a ser eleita governadora no país.
Por outro lado, a ex-secretária de imprensa da Casa Branca do governo Trump Sarah Huckabee Sanders foi eleita governadora do Arkansas. Ela ocupará o cargo que seu pai ocupou por uma década. No estado da Geórgia, a democrata Stracey Abrams também foi derrotada pelo republicano Brian Kemp. Já na Câmara, figuras-chave do partido do atual presidente venceram a corrida eleitoral, como Chuck Schumer, Gavin Newsom e Alexandria Ocasio-Cortez.
A definição dos resultados eleitorais, porém, ainda pode se arrastar por dias ou até semanas. No caso do Senado, ela pode ficar até para dezembro. O Estado da Geórgia prevê também a realização de um segundo turno para o Senado, caso nenhum dos candidatos obtenha metade dos votos mais um, o que é o atual cenário no estado. O segundo turno seria apenas no dia 6 de dezembro.
🇺🇸ELEIÇÃO DE MEIO DE MANDATO NOS EUA
De acordo com Jim Acosta da CNN Americana, Donald Trump está furioso e gritando com com todos após o resultado decepcionante dos Republicanos na eleição de meio de mandato. pic.twitter.com/9E2vC2TxSm
— Central Eleitoral (@CentralEleicoes) November 9, 2022
↗ Atacar sistema eleitoral é tática comum para minar confiança nas democracias
Donald Trump está furioso e gritando com com todos após o resultado decepcionante dos Republicanos na eleição de meio de mandato (cnn)
— Blog do Noblat (@BlogdoNoblat) November 9, 2022
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