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ELEIÇÕES 2022 15/Nov/2022 às 23:52 COMENTÁRIOS
ELEIÇÕES 2022

Equipe da Jovem Pan é escoltada para fora de ato bolsonarista após sofrer agressões

Publicado em 15 Nov, 2022 às 23h52

Equipe da Jovem Pan precisou ser escoltada por soldados para deixar manifestação bolsonarista que pede um golpe militar em Brasília. Como é mesmo o ditado? "Cría cuervos y te sacarán los ojos"

jovem pan escoltada brasília

Uma equipe de reportagem do Grupo Jovem Pan foi hostilizada nesta terça-feira, dia 15, por militantes bolsonaristas e teve que ser escoltada por militares para longe de um protesto de viés antidemocrático em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília. Os jornalistas cobriam a manifestação a favor de uma intervenção das Forças Armadas no poder.

Os profissionais de imprensa estavam identificados, com crachá da Jovem Pan e acompanhavam de perto a concentração do grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), que rejeita a vitória eleitoral e a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Eles pretendem impedir o petista de ser empossado.

Militantes intervencionistas reagiram quando o repórter relatava ao vivo no Jornal da Manhã, da TV Jovem Pan News, que havia um clamor por um golpe militar nas faixas e palavras de ordem do protesto. A emissora de rádio e televisão faz ampla cobertura dos protestos, com entradas dos repórteres, ao longo do dia.

“Existe um chamamento para que haja então uma intervenção militar ou intervenção federal, é o que dizem os manifestantes a todo momento, para que possa ter exatamente isso”, afirmou o repórter, quando o grupo atrás dele começou a reagir negativamente. “Não, não”, gritaram.

No momento, a Jovem Pan exibia na tela a imagem do repórter e uma tarja sobre os atos: “Brasília recebe manifestações contra resultado do pleito. Manifestantes também criticam a censura e a suposta ‘ditadura do judiciário’”.

Cinco militares da Polícia do Exército cercaram os profissionais de imprensa e pediram que os manifestantes se afastassem para que a equipe da Pan deixasse o local.

A base de apoiadores de Bolsonaro se identificava com a emissora, que tem programas e comentaristas simpáticos ao presidente. Bolsonaro recomendava a programação da Pan. Seus militantes fizeram campanha em defesa da emissora durante as eleições.

O ataque dos bolsonaristas à imprensa repercutiu entre políticos. O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) disse que ações de golpistas devem ser repudiadas e criminalizadas. “A emissora que tanto planta ódio, colhe agora as consequências de alimentar o fascismo. Mas independente disso, ações como essas dos golpistas devem ser repudiadas e criminalizadas”, escreveu o parlamentar.

“Quem diria. Até a Jovem Pan foi hostilizada por bolsonaristas na porta do quartel em Brasília. O repórter saiu escoltado pelos soldados do Exército”, reagiu a deputada Joice Hasselmann (PSDB-SP).

Os atos antidemocráticos em Brasília chegaram ao 15º dia. Caravanas gratuitas de pelo menos oito cidades foram anunciadas pelas redes sociais. Dez ônibus chegaram na manhã desta terça-feira a Brasília. Os manifestantes saíram de Cascavel (PR) e dizem não saber quem bancou a estadia e a alimentação do grupo de cerca de 300 pessoas.

Agência Estado

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