Audi Roberto Rodrigues*
Há muito, alguns historiadores e pesquisadores referências no que cerne os estudos sobre fascismo na atualidade e a nossa política nacional, tem com frequência aferido a esse extremismo de direita que toma conta do nosso cenário político de 2016 até os dias atuais, fortes denotações fascistas em seus modos comportamentais e de discursos.
Armando Boito Jr (2019), tem definido os movimentos de apoio a Jair Bolsonaro como neofascistas e o próprio governo do ex-Militar como representação fiel dessa ideologia. Fortes são os argumentos para tal afirmação, aqui discutirei alguns que ao meu ver, possam contribuir para que sejamos capazes de ter uma compreensão adequada do momento histórico que vivemos e o perigo que esses grupos causam ao nosso sistema democrático.
Antecipadamente, torna-se necessário uma explicação óbvia, o Brasil ainda vive em um sistema democrático e que as pessoas escolhem seus representantes para o poder executivo e legislativo. O que não impossibilita a ascensão de um movimento com trações autoritárias, como é o caso do Bolsonarismo. Esses grupos usam da própria democracia para implementarem suas bases teóricas e políticas com viés nada republicano. Foi assim na Alemanha, com Adolf Hitler (1933) e na Itália fascista. Mas no sentido geral, o atual grupo que comanda nosso país se aproxima de forma assustadora desse novo tipo de fascismo e suas adequações, como veremos adiante.
Podendo citar algumas características como: anticomunismo, culto e normalização da violência, politização do machismo e da misoginia, do racismo sistemático e da homofobia difusa. Além de uma polarização forte e que elimina totalmente o debate sobre a construção de um país melhor. Como também sucessíveis crises criadas para inviabilizar um governo de fazer suas políticas, como foi o caso do golpe contra a Ex-Presidente Dilma, a intensificação de perseguições meramente política, como foi o episódio da prisão arbitraria e ilegal do ex-presidente Lula e a farsa da operação lava jato. Foram maneiras que grupos como esse se colocaram no debate nacional e chegaram ao poder. Nada diferente do que foram feitos em outros países com ideologias parecidas.
Esses aspectos dizem respeito sobre alguns traços do atual movimento fascista, qualquer semelhança a nossa realidade não é meramente uma coincidência e sim um projeto político-ideológico que vem transformando o Brasil em um paraíso fascista. Em resumo, mesmo que brevemente podemos associar o governo e os grupos de apoio ao atual presidente, a movimentos neofascistas, o que deixa claro o momento delicado que vivemos e os ataques constantes que as minorias, trabalhadores, professores e outras camadas da ala progressista vem sofrendo na atual conjectura.
*Audi Roberto Rodrigues é graduando em História pela universidade estadual da Paraíba. Pesquisador no núcleo de história e linguagem contemporânea.
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