Mulheres violadas

Gabriel Monteiro vai pedir pena de morte para si próprio?

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Preso por estupro, Gabriel Monteiro falava em pena de morte para estupradores. Se condenado, o youtuber voltará a pedir pela mudança na legislação?

Tendo se tornado popular primeiro na internet e alçado à vida política posteriormente, Gabriel Monteiro (PL) fez pleito em cima de vídeos forjados e discussões acaloradas em cima de pautas dos “costumes e da família”. Preso desde último dia 7, por acusação de estupro, o ex-vereador, cassado em agosto deste ano, foi transferido ao Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. O atual momento da vida do youtuber contrasta com os discursos duros contra criminosos.

Gabriel Monteiro foi orientado por advogado a realizar “queima de arquivo”

“Esse diabo deveria pegar pena de morte”, escreveu o político, em novembro de 2019, sobre a prisão de um homem acusado de abusar de um bebê. Em outra circunstância, em agosto de 2020, o ex-policial fez uma enquete para seus seguidores na internet, perguntando sobre a proposta de Jair Bolsonaro (PL) favorável à castração química de estupradores. O voto “sim” venceu.

Em um vídeo publicado nas suas redes sociais em junho deste ano, ele apresentou sua versão sobre as denúncias de abuso e importunação sexual, recebidas no início do ano. “Cadê essas mulheres que foram estupradas? Desapareceram?”, escreveu, no dia em que foi cassado.

Eleito vereador em 2020, o terceiro mais votado da cidade do Rio, com 57.000 votos, o youtuber demonstra dificuldade em respeitar a hierarquia da Polícia Militar do estado. Em março daquele mesmo ano, ele teve o porte de arma suspenso temporariamente por ter desrespeitado um ex-comandante-geral da corporação. Já em agosto de 2020, Gabriel Monteiro foi expulso da Polícia Militar como desertor, depois de passar mais de uma semana sem comparecer ao trabalho.

Transferência para o presídio de Benfica

O ex-vereador e ex-policial militar Gabriel Monteiro (PL) foi transferido às 8h30 desta quarta-feira (9/11) para a Cadeia Pública Joaquim Ferreira de Souza, no Complexo de Gericinó, em Bangu. O presídio está localizado na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Antes de ser transferido para Bangu, Monteiro estava detido na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, onde passou a noite. Durante a tarde, a juíza Rachel Assad da Cunha manteve a prisão preventiva depois da audiência de custódia.

A transferência, também determinada pela magistrada, atendeu o pedido da defesa do ex-policial. Na Central de Audiência de Custódia, em Benfica, os advogados de Monteiro argumentaram que ele ficasse detido em “um presídio que assegure a sua integridade física”, uma vez que ele é ex-policial militar e já teria efetuado prisões e sofrido tentativas de homicídio.

Monteiro teve a detenção decretada em um processo em que responde por estupro. A vítima, de 23 anos, teria conhecido o ex-vereador em 15 de julho, na boate Vitrinni da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Logo depois, os dois teriam ido para a casa de um amigo do youtuber no bairro do Joá, na Zona Sul. No local, Monteiro teria tido comportamento violento e estuprado a mulher, ameaçada com arma de fogo.

Gabriel Monteiro cassado

A Câmara Municipal do Rio de Janeiro aprovou, em 18 de agosto, a cassação do ex-vereador Gabriel Monteiro (PL). O parlamentar perdeu o cargo após diversas denúncias de estupro, exposição de crianças e crime sexual devido à divulgação de vídeo íntimo com uma adolescente de 15 anos.

Com medo de atentado, vereadores que investigam Gabriel Monteiro solicitam veículos blindados

Vereadores aprovaram a cassação por 48 votos a dois. Dos 50 vereadores, apenas o próprio Gabriel Monteiro e Chagas Bola (União Brasil) votaram contra a perda do mandato. Monteiro foi acusado de quebra de decoro parlamentar, gravação e compartilhamento de vídeo sexual com menor de 18 anos, estupro e assédio sexual contra ex-funcionários.

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