Imprensa internacional elogia Lula na COP27 e o contrasta com Bolsonaro. New York Times classificou Lula como "exuberante" e disse que ele "eletrizou o evento"
A participação de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na COP 27 repercutiu fortemente na imprensa internacional, com diversos veículos cobrindo as falas e comentando sobre a importância do presidente eleito no evento.
No geral, jornalistas estrangeiros elogiaram as declarações do futuro presidente, a exemplo do New York Times, que classificou Lula como “exuberante” e disse que ele teria “eletrizado o encontro”.
Os veículos focaram nas principais promessas para o meio ambiente, bem como de suas falas mais marcantes, como a de que “o Brasil está de volta”. O presidente eleito também foi muito comparado com o presidente em exercício, Jair Bolsonaro (PL), que não foi ao evento, sendo representado pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite.
Foi o primeiro discurso internacional de Lula desde que venceu a disputa presidencial, no final de outubro, e durou cerca de 30 minutos. Ele usou a oportunidade na COP27, a conferência climática da ONU (Organização das Nações Unidas), para pregar união global em torno das questões climáticas, cobrar os “países ricos” por suas promessas de contribuição na causa e criticar a gestão do presidente Jair Bolsonaro sobre o tema, marcando uma contraposição com seu futuro governo.
Lula afirmou que o mundo tem “pressa” para que o Brasil volte a participar de negociações sobre o futuro do planeta e referendou algumas promessas de campanha, como desmatamento zero na Amazônia e estímulo ao desenvolvimento sustentável no Brasil, em comunhão com o agronegócio. Ao final, foi aplaudido de pé.
New York Times
O periódico estadunidense se demonstrou otimista com o presidente eleito do Brasil ao falar de “Expectativas altas com Lula exuberante falando na Cúpula do Clima”. O jornal também disse que Bolsonaro era considerado um “pesadelo” na área ambiental por conta dos elevados índices de queimadas e desmatamento, assim como suas participações negativas em encontros climáticos passados.
The Guardian
O The Guardian, jornal britânico em que trabalhava o jornalista assassinado na Amazônia brasileira, Dom Phillips, classificou Bolsonaro como um presidente de “extrema direita” e viu com otimismo a proposta de Lula de zerar o desmatamento no país e reverter o cenário de destruição ambiental.
La Nación
Veículo argentino, o La Nación focou na recepção positiva que o petista teve no Egito e também na repercussão entre os presentes no evento. Para o jornal, os ativistas ambientais tiveram “o ânimo levantado” e que Lula foi recebido “de braços abertos”.
Le Monde
O jornal francês Le Monde comentou a proposta de criação de um fundo para reparar danos climáticos e também da ideia do presidente eleito trazer a COP para o Brasil em alguma cidade coberta pela Amazônia.
Al Jazeera
Já o árabe Al Jazeera, do Qatar, noticiou as propostas do petista sempre o comparando com Bolsonaro e mantendo a linha crítica ao atual mandatário brasileiro. Para o veículo, Lula, com suas declarações, sinalizou um “afastamento das políticas do atual presidente Jair Bolsonaro, que presidiu durante anos de desmatamento desenfreado da Amazônia”.