Do conforto de Miami, Carla Zambelli espalha mentiras sobre relatório da Defesa em grupos de mensagens. A deputada quer que os extremistas continuem tomando chuva e fazendo suas necessidades em banheiro químico enquanto ela luxa nos EUA
Chico Alves, em seu blog
Mesmo depois de ter suspensas suas contas em várias plataformas de redes sociais, a deputada Carla Zambelli (PL-SP) continua divulgando mentiras contra o processo eleitoral brasileiro. Em vídeo que circula desde ontem em grupos no WhatsApp e Telegram, ela trata do relatório do Ministério da Defesa sobre o funcionamento das urnas eletrônicas e propaga fake news, entre elas a de que as Forças Armadas não teriam conseguido o código-fonte do sistema.
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Na verdade, o acesso ao código-fonte foi dado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em outubro do ano passado a todos os grupos fiscalizadores convidados pela corte e o próprio texto dos militares informa isso.
Em meio a investigação sobre o episódio ocorrido na véspera do segundo turno da eleição, em que a deputada usou uma arma ao perseguir e dominar um homem negro com quem discutiu, em São Paulo, ela viajou para os Estados Unidos há uma semana. Zambelli também é investigada no Supremo Tribunal Federal (STF) por integrar uma milícia digital que propaga mentiras contra as instituições da República.
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No vídeo gravado ontem à noite, a deputada fala no banco do carona de um automóvel e afirma ser “auditora”. “A gente não tem o código-fonte, que é o código que dá acesso a toda programação que existe dentro da urna”, diz ela.
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“Essa informação foi solicitada pelas Forças Armadas desde muito antes da eleição, quando foi formada aquela comissão da transparência, lembra?”. Zambelli diz que oficiou às Forças Armadas e ao TSE solicitando esse código-fonte e “nunca foi verificado nada disso”.
A informação é totalmente inverídica, já que o código-fonte foi liberado para as 26 entidades fiscalizadoras um ano antes da eleição. Inclusive, um dos momentos mais constrangedores no processo em que o Ministério da Defesa questionava a credibilidade da urna eletrônica foi justamente quando, em agosto desse ano, ofício do ministro Paulo Sérgio Nogueira cobrava acesso ao código e ele foi informado pelo TSE que o item estava à disposição da pasta há oito meses, sem que tivesse sido solicitado pelo ministro.
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Além disso, a deputada alega no vídeo que a “auditoria” dos militares ficou prejudicada porque o Brasil não tem voto impresso.
A propagação massiva de fake news sobre adversários políticos e sobre o processo eleitoral levou o TSE a determinar a suspensão das contas de Zambelli nas plataformas Facebook, Instagram, Twitter, TikTok, LinkedIn, YouTube, WhatsApp, Telegram e Gettr. No entanto, ela continua a propagar mentiras nos aplicativos de mensagens, por meio de grupos e contas de terceiros.
A contestação ao resultado da eleição, em que Luiz Inácio Lula da Silva venceu Jair Bolsonaro e tornou-se presidente eleito, é a pauta de grupos golpistas que se reúnem à beira de rodovias e à frente de quartéis do Exército em vários estados.
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