Redação Pragmatismo
ELEIÇÕES 2022 09/Nov/2022 às 15:48 COMENTÁRIOS
ELEIÇÕES 2022

"Nos livre do comunismo", pediu Bolsonaro a Alckmin em encontro no Planalto

Publicado em 09 Nov, 2022 às 15h48

No fim da breve conversa que teve com Alckmin na semana passada, Jair Bolsonaro mostrou que continua assombrado por 'ameaças ocultas'. Alckmin contou a aliados que, já na porta para sair do gabinete, Bolsonaro agarrou seu braço e disse: "Por favor, nos livre do comunismo". Na conversa com Bolsonaro, Alckmin também afirmou que foi surpreendido pela decoração do gabinete presidencial

Durante o breve encontro entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o vice eleito Geraldo Alckmin (PSB), o atual mandatário segurou no braço do ex-governador de São Paulo e pediu que ele livrasse o país do “comunismo”.

A situação, divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo, foi confidenciada por Alckmin a interlocutores e registrada na semana passada, quando Bolsonaro e o vice-presidente eleito se encontraram no Palácio do Planalto, em Brasília.

A ida de Bolsonaro ao Planalto para o encontro com Alckmin chamou atenção, já que o chefe do Executivo fez raríssimas aparições após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no último dia 30 de outubro.

Na época, foi divulgado que Bolsonaro pretendia cumprimentar o coordenador do governo de transição. Contudo, em conversas com os mais próximos, o ex-governador de São Paulo contou que Bolsonaro o segurou pelo braço no final da conversa e fez o pedido inusitado para que ele livre o País do comunismo.

Alckmin só contou o episódio a três pessoas muito próximas. O vice-presidente de Lula demonstrou ter achado o episódio engraçado já que ele próprio, que foi adversário político do petista por décadas, nunca o viu como uma ameaça comunista para o país.

Alckmin também disse a interlocutores que foi surpreendido pela decoração do gabinete presidencial. Segundo o relato, havia no espaço um enorme lençol pendurado com o escudo do Palmeiras.

O encontro entre Alckmin e Bolsonaro não estava previsto em agenda. O vice-presidente eleito saía de uma reunião com o ministro Ciro Nogueira (Casa Civil) quando foi chamado por um assessor de Bolsonaro para subir ao gabinete

Transição

A reunião do governo de transição no Palácio do Planalto, na semana passada, durou cerca de meia hora e teve a participação da presidente do PT e deputada federal Gleisi Hoffmann (PT), e do ex-ministro e fundador da sigla Aloizio Mercadante (PT).

Representando o governo Bolsonaro estavam o presidente do PP, Ciro Nogueira (PP) e Luis Eduardo Ramos, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência. Alckmin disse que Ramos os parabenizou pela eleição e se colocou à disposição para ajudar no que for necessário.

“Nos cumprimentou, deu os parabéns, desejou um ótimo trabalho e se colocou à disposição nesse período de transição, porque quem faz a transição é o ministro Ciro Nogueira, mas tem uma parte que ele participa”, afirmou o vice-presidente eleito.

Recomendações

COMENTÁRIOS