Danilo Espindola Catalano
Copa do Mundo 28/Nov/2022 às 07:58 COMENTÁRIOS
Copa do Mundo

O extremismo nasceu do futebol?

Danilo Espindola Catalano Danilo Espindola Catalano
Publicado em 28 Nov, 2022 às 07h58
Segredos do mundo (imagem)

Desde que tive uma idade mínima para poder entender sobre futebol e comecei a não me preocupar com ele, mais ou menos após a copa do mundo de 2006, foi quando comecei a ser visto de maneira pejorativa.

Talvez tenha sido esta atitude dos brasileiros que me fez não mais ligar para o futebol, pois sempre dizia que não gostava da seleção brasileira, que não gostava de ver o jogo dela, por motivos pessoais e ideológicos, também porque sou do tipo de pessoa que vê alguém ganhando muito um campeonato e quer ver os outros também ganhando, ou seja, seria pensar, o Brasil já tem cinco, vamos dar chance para outros e ver eles ganharem.

Por esse motivo na vitória da Espanha, torci para ela como os brasileiros torcem para a seleção brasileira, porque queria ver ela, que nunca ganhou ter a felicidade de receber tal carinho e felicidade, que o Brasil já recebeu e parece querer seu monopólio invicto.

Foi quando comecei a ouvir frases pejorativas, como, você não é nacionalista, tem que torcer para a seleção brasileira porque você é brasileiro. Frases estas que sem perceber, as pessoas estão sendo extremistas, pois não é não torcer pela seleção brasileira que me faz mais brasileiro ou menos brasileiro, bem, não só eu, mas qualquer outro compatriota, isso é só um time como qualquer outro e para quem alguém vai torcer é de exclusividade única da pessoa, mas infelizmente, não é como agem os brasileiros.

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Ao ver os atos bolsonaristas recentes e iniciar a copa do mundo no Catar, me veio está reflexão de forma clara e interessante, pois a atitude que vemos em relação é comparável, sim, o tipo de violência é diferente, pois em toda minha vida sofri violência psicológica por não torcer pela seleção brasileira e as pessoas sofrem violência física por serem petistas ou por não serem bolsonaristas ou serem contra o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL), mas no fundo são atitudes extremistas comparáveis.

É tão assim, que fiz uma estratégia em 2010 no mundial, torcendo contra a seleção brasileira, o que mostrou ainda mais o ódio brasileiro exacerbado em um jogo de futebol, como se alguém torcer contra o seu time, fosse pior do que um corinthiano ver o jogo ao lado de um palmeirense, a logica é a mesma, mas se são amigos nenhum sofrera violência, mas no caso de ir contra a seleção brasileira, amizade, ser da mesma família, não é impedimento para tratar com violência psicológica e estrutural.

Comparável ao bolsonarismo, que não aceita nem mesmo a derrota nas eleições ou qualquer torcida contra o governo que destruiu o país por quatro anos, o que talvez tenha sido a fonte do nascimento do bolsonarismo e desse extremismo que se compara ao nazismo e fascismo, que como grandes autores já apresentaram, eles sempre estão vivos em todos nós, basta que não nos controlemos e deixemos o ódio nos dominar, que é o que acontece com quem não torce pela seleção brasileira.

 

 

*Danilo Espindola Catalano é escritor, pesquisador e professor de espanhol, dedicado a passar a cultura latino-americana aos seus alunos. Graduado em Sociologia e Política pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, pós-graduado em Metodologia do Ensino da Língua Espanhola e Especializando em Educação e Cultura pela Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais Brasil.

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