Saúde

SARA: morte relâmpago de Isabel foi causada por síndrome rara; conheça os sintomas

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Isabel morreu menos de 48 horas depois de ser oficialmente incluída no grupo de trabalho do Governo de Transição de Lula

Maria Isabel Barroso Salgado, a Isabel da Vôlei, uma das maiores referências no esporte brasileiro, morreu nesta quarta-feira (16), no hospital Sírio Libanês. Amigos próximos confirmaram que ela foi diagnosticada com Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA).

A SARA é um tipo de insuficiência respiratória que pode ser resultante de diversas doenças – infecciosas ou não –, como pneumonia, infecção em outro local, trauma ou pancreatite, e tende a ser mais agressiva em fumantes. Em 2020, durante a pandemia, Isabel voltou a fumar.

A condição causa o acúmulo de líquido nos pulmões e a redução de oxigênio no sangue, de acordo com a médica infectologista Ana Helena Germoglio. “Grande parte dos paciente desenvolve SARA devido a quadros infecciosos”, afirma Ana Helena.

Como consequência, o paciente sofre de falta de ar com desconforto respiratório, coloração azulada na pele, nos lábios e nas unhas (cianose) e taquicardia.

De acordo com a infectologista, a SARA deve ser considerada uma condição grave. O tratamento deve ser feito em unidade de terapia intensiva (UTI), com foco na doença de base que causou a SARA. “A SARA deve ser tratada como doença grave, uma emergência médica, com internação em UTI”, afirma.

Qualquer doença ou quadro clínico que lesione os pulmões pode causar SARA. Mais da metade dos indivíduos com SARA a desenvolve como consequência de uma infecção grave, generalizada (sepse) ou pneumonia. Algumas outras causas incluem:

Aspiração (inalação) de conteúdo estomacal ácido para o interior dos pulmões, cirurgia de derivação das artérias coronárias, afogamento, inalação de grandes quantidades de fumaça, inalação de outros gases tóxicos, pneumonia (incluindo pela COVID-19).

A SARA normalmente se desenvolve de 24 a 48 horas após lesão ou doença original, mas pode demorar 4 a 5 dias para ocorrer. A pessoa começa sentindo falta de ar, geralmente com uma respiração rápida e superficial.

Sem o pronto tratamento, muitas pessoas com a SARA não sobrevivem. No entanto, a depender da doença subjacente, com um tratamento adequado, cerca de 60% a 75% das pessoas com SARA sobrevivem.

Em geral, os indivíduos que respondem com rapidez ao tratamento restabelecem-se por completo, quase sem alterações pulmonares de longo prazo. Os indivíduos cujo tratamento envolve longos períodos no ventilador (uma máquina que ajuda o ar a entrar e sair dos pulmões) têm mais probabilidades de formar tecido cicatricial (fibrose) nos pulmões.