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Ser bolsonarista se tornou ser extremo

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Arte: Matheus Nistal/Fotos: Agência Brasil e Fotos Públicas

Acredito que se tratando do termo “bolsonarismo” devemos desmistificar a ideia de que todo extremismo ignorante, cego e que não escuta o próximo é um ato especialmente da direita e dos nazistas ou fascistas, pois todos nós podemos acabar sendo desta forma.


Assim como a bandeira brasileira tem que perder a sua classificação como um símbolo “bolsonarista”, o extremismo deve ser separado da mesma forma. O fato ocorre, pois o extremismo vem dá falta de conhecimento ligado a uma violência que nasce da relação com a realidade da pessoa, como nos mostra Hannah Arendt, para estabelecer que as pessoas devem mesclar a vivência com o conhecimento teórico, afim de evitar a violência.


Em meio a história, temos diversos exemplos de atitudes violentas contra o opressor, o que Sartre diria que é impossível, pois o escravizado nunca chegará a ser como do mesmo jeito que quem o escravizou, por uma questão sociológica sustentada pela história desses dois povos.


Mas pensemos no hoje, em que “Bolsonarista” é o extremo e quem tem as mesmas atitudes e não é fã do Bolsonaro ou segue ele, está imune a ser extremista, o que é um erro drástico.

 

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Existem sim, pessoas que se fecham a sua vivência, sem ver suas atitudes violentas por trás desta relação, por uma falha em nossa educação, que impede as pessoas de refletirem por sus própria realidade e isso não está só em um único público, como a ideia de “bolsonarismo” nos faz pensar, ela está no petista, esquerdista, negro, branco pobre, rico e todas as diversas identidades que existem na sociedade brasileira.


Ou seja, sim, existem extremismos em diversas formas sociais e estilos, até já presenciei e convivi com pessoas que tem essas atitudes, mas não acreditam, por terem se apropriado do mito de que atitudes violentas só são protagonizadas por pessoas específicas da sociedade.


Desta forma, cabe a nós, seres pensantes reestruturar a sociedade, mostrando como agir diante das diferentes realidades e identidades sem que essas deixem de entender seu lugar, mas que possam refletir sobre ele desestruturando a forma pela qual ela se estabelece.

 

 

*Danilo Espindola Catalano é escritor, pesquisador e professor de espanhol, dedicado a passar a cultura latino-americana aos seus alunos. Graduado em Sociologia e Política pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, pós-graduado em Metodologia do Ensino da Língua Espanhola e Especializando em Educação e Cultura pela Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais Brasil.

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