Redação Pragmatismo
Notícias 20/Dez/2022 às 19:30 COMENTÁRIOS
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Edmar Camata, que defendeu a prisão de Lula, é indicado por Dino para comandar a PRF

Publicado em 20 Dez, 2022 às 19h30

Edmar Camata é anunciado por Flávio Dino como o novo diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal no governo Lula. Entusiasta da Lava Jato, Edmar já prestou homenagem a Deltan Dallagnol e Sergio Moro

Edmar Camata
Edmar Camata tieta Dallagnol

O policial rodoviário federal Edmar Camata foi anunciado nesta terça-feira (20) como o novo diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no governo Lula (PT). Camata já foi um entusiasta da Operação Lava Jato e da atuação do ex-juiz Sergio Moro (União Brasil-PR) à frente do Ministério da Justiça.

Em julho de 2017, Camata compartilhou em suas redes sociais fotos de um evento em que homenageou a força-tarefa e seu então coordenador, o agora ex-procurador e deputado federal eleito Deltan Dallagnol (Podemos-PR).

“Tive cinco minutos que certamente milhões de brasileiros gostariam de ter, e espero ter honrado”, afirmou. “À frente, o coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol. Pude falar do orgulho e confiança que a ampla maioria dos brasileiros tem na atuação desses profissionais, que de maneira inovadora se impõem contra a corrupção”, continuou.

Em outubro de 2018, Edmar Camata lançou mão da operação para promover a sua candidatura a deputado federal pelo PSB. Na ocasião, Lula já estava preso havia cerca de seis meses.

“Até agora, já foram condenadas 188 pessoas na Operação Lava Jato”, escreveu nas redes sociais. “Não podemos deixar a maior operação anticorrupção do país parar, você concorda? Vote em um candidato que garanta a continuidade de pacotes anticorrupção”, disse ainda.

Atual secretário de Controle e Transparência do estado do Espírito Santo, Camata teve seu nome apresentado nesta terça pelo senador eleito e futuro ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB).

De acordo com o ex-governador, ele é formado em direito pela Universidade Federal do Espírito Santo, integra a PRF desde 2006 e tem mestrado em políticas anticorrupção, além de uma especialização em gestão integrada e segurança pública.

“É uma pessoa que tem amplo conhecimento da instituição, uma vez que a integra já há 18 anos, e ao mesmo tempo tem experiência de gestão”, disse Dino, durante entrevista coletiva.

Logo após Lula ser preso, Camata apoiou a condenação e publicou um texto em que falava sobre “um sistema eleitoral viciado que favoreceu atores corruptos no poder”.

“O fato, hoje, é que Lula está preso. Também estão presos Cabral, Cunha, Geddel, Vaccari, André Vargas, Henrique Alves, Palocci, Gim Argelo… todos presos. Todos inocentes? Todos sem provas? Lula não foi o primeiro. Ao contrário, sua prisão foi cercada de precauções, para muitos, desnecessárias”, escreveu em 13 de abril de 2018.

“Lula se difere por ser uma figura ainda com apoio popular. Ídolo, origem humilde e de representação social. Aí vem uma reflexão: a discussão sobre corrupção é menos importante quando o preso é alguém que gostamos? Ver Lula como inocente significa acreditar que há uma trama extremamente complexa e articulada que condenou 220 empresários, servidores e políticos em várias instâncias. Tudo a troco de condenar Lula”, seguiu.

Já sob a gestão de Jair Bolsonaro (PL), Camata compartilhou nas redes sociais imagens de uma viagem a Brasília, em que prestigiou uma palestra do então ministro da Justiça, Sergio Moro.

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