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Flávio Dino volta atrás e não indicará fã da Lava Jato para comandar a PRF

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Após a repercussão da informação de que Edmar Camata homenageou Dallagnol e defendeu a prisão de Lula, Flávio Dino desiste da nomeação e apresenta novo nome

(Isaac Amorim/MJSP)

Flávio Dino, futuro ministro da Justiça, voltou atrás nesta quarta-feira (21) do nome de Edmar Moreira Camata para o cargo de diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no governo Lula. O novo escolhido para ocupar o comando da PRF é o policial rodoviário federal Antônio Fernando Oliveira.

Os anúncios foram feitos nesta quarta-feira (21) em uma entrevista coletiva no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede do governo de transição. O nome de Camata para o comando da PRF tinha sido anunciado nesta terça (20) no mesmo local.

Segundo Dino, a alteração na escolha para o comando da PRF foi feita após polêmicas que surgiram devido a postagens de Camata em suas redes sociais. Na época da Lava Jato, o policial publicou conteúdos em apoio à operação e a prisão do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

“Em relação a posições dele pretéritas sobre lava jato, Sérgio Moro, Dallagnol, sim, claro [que houve pesquisa], mas volto a dizer, não é um critério, mas aí a questão é que houve uma postagem particular e outras, enfim, realmente não é um julgamento sobre o que ele achava em 2017 e 2018, porque realmente não é um critério, a meu ver, determinante, mas em face da polêmica, é claro, que ele no futuro não reuniria condições para se dedicar como nós gostaríamos”, disse Dino nesta quarta-feira (22).

O futuro ministro disse ainda que a mudança não se deu pela posição política de Camata, mas por uma postagem em específico. “Eu tinha conhecimento da posição política dele, mas o teor de certas postagens, não. Quanto à posição política geral, sim. Quanto ao teor de determinada postagem, não. Porque é feita uma pesquisa e não houve o exame de uma determinada postagem. Agora quanto a posição política dele e de outros tantos, claro que havia ciência”, disse Dino.

Camata, de 41 anos, é atualmente Secretário de Controle e Transparência do Espírito Santo, mas está licenciado da função. Camata é sobrinho do ex-governador do Espírito Santo e ex-senador Gerson Camata, morto em 2018.

O novo escolhido para ocupar o cargo, Antônio Fernando Oliveira, é advogado e policial rodoviário federal. Ele também é pós-graduado em direito tributário e mestrando em Ciências Jurídicas pela Universidade Autónoma de Lisboa.