Bolsonarista disparou contra as vítimas e ainda feriu outras duas mulheres após o resultado do segundo turno da eleição presidencial. Rafaela e Pedro Henrique estavam na rua celebrando a vitória de Lula
A Polícia Civil de Minas Gerais indiciou Ruan Nilton da Luz, acusado de matar um jovem e uma criança que comemoravam a vitória de Lula (PT) no primeiro turno das eleições, por homicídio qualificado, tentado e consumado.
O caso aconteceu no bairro Nova Cintra, em Belo Horizonte. O homem, de 36 anos, atirou em Pedro Henrique Dias Soares, de 28 anos, que morreu na hora, e em Luana Rafaela Oliveira Barcelos, de 12 anos, que morreu quatro dias depois. Ele também disparou contra outras duas mulheres que foram encaminhadas a uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento).
A Polícia Civil não informou se houve motivação política de Luz, preso em flagrante momentos depois do atentado. A defesa do acusado negou a suposição e afirmou que ele teve um surto psicótico na ação.
“A Polícia Civil representou pela manutenção da prisão preventiva do investigado perante o Poder Judiciário. O procedimento investigativo foi concluído e remetido à justiça, em 30 de novembro, para as medidas legais cabíveis”, afirmou a corporação por meio de nota, divulgada pelo Estadão.
O que diz o assassino
À polícia, Luz afirmou que passou o dia todo bebendo e, após o término das eleições, saiu de casa em “busca de traficantes” que, segundo ele, costumam ficar em um beco da região.
Ao sair de casa, disse que viu as pessoas na rua e atirou aleatoriamente, atingindo as duas mulheres que ficaram feridas. Depois, se dirigiu ao beco e chegou a uma avenida próxima. Foi quando viu uma garagem com pessoas comemorando a vitória de Lula e disparou.
A polícia apreendeu duas armas de fogo, uma pistola calibre 9 mm e outra com calibre 380, além de cartuchos de munição e uma faca. Luz confessou que tinha outra arma em casa. Os agentes foram até o local, onde encontraram a outra arma de fogo e mais 500 munições.