Categories: Direita

A lição da Alemanha: prendam os chefes do fascismo e não só os manés

Share

O Brasil também terá fazer o que os alemães fizeram e pegar os líderes. Se não pegar os grandões, incluindo empresários milionários, o trabalho terá ficado pela metade

Prisão do “Príncipe Heinrich XIII” (Imagem: Boris Roessler | Alliance)

Moisés Mendes*, em seu blog

A prisão dos 25 extremistas de direita na Alemanha tem uma característica que em algum momento terá de ser notada também no Brasil, sob pena de prenderem aqui só a chinelagem do golpe.

Os 25 presos que tramavam uma invasão do parlamento são na maioria fascistas com posição de destaque nos grupos. Eram os líderes em 11 Estados.

Tem um milionário, tem militares de elite, empresários e até uma juíza e ex-deputada. Pertencem ao movimento Reichsbürger (Cidadãos do Reich).

O homem considerado líder (foto) é ex-aristocrata de 71 anos que se apresenta como príncipe Heinrich XIII. Ele é membro da Casa de Reuss, que governou parte daquilo que é hoje o estado da Turíngia durante séculos até à implantação da República de Weimar, em 1918.

São racistas, nazistas, antissemitas e xenófobos, o que quer dizer tudo a mesma coisa.

Aqui, pelas circunstâncias, o cerco aos golpistas ainda não chegou aos grandões. Entende-se que é preciso ir com calma.

Mas o ritmo terá de mudar quando o país e as instituições começarem a voltar à normalidade depois da posse de Lula.

Os fascistões alemães estão presos

Não estão apenas ‘censurados’, como dizem que estão os grandes golpistas brasileiros atingidos por medidas de contenção de Alexandre de Moraes.

Estão presos e não serão postos em liberdade com o truque da banalização do habeas corpus que libera todos os bandidos poderosos no Brasil. Mas só libera os poderosos que conseguem recorrer ao Supremo.

O Brasil também terá fazer o que os alemães fizeram e pegar os líderes. Se não pegar os grandões, incluindo empresários milionários, o trabalho terá ficado pela metade.

Esperamos para 2023 a prisão dos fascistões que ainda tramam o golpe. O Brasil quer fascistas de grife na cadeia.

Se o Brasil copiasse hoje o exemplo alemão, muitos líderes do blefe do golpe estariam presos, entre os quais alguns militares e sonegadores e o próprio Bolsonaro.

*Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre. Foi colunista e editor especial de Zero Hora. Escreve também para os jornais Extra Classe, Jornalistas pela Democracia e Brasil 247. É autor do livro de crônicas ‘Todos querem ser Mujica’ (Editora Diadorim)

→ SE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI… considere ajudar o Pragmatismo a continuar com o trabalho que realiza há 13 anos, alcançando milhões de pessoas. O nosso jornalismo sempre incomodou muita gente, mas as tentativas de silenciamento se tornaram maiores a partir da chegada de Jair Bolsonaro ao poder. Por isso, nunca fez tanto sentido pedir o seu apoio. Qualquer contribuição é importante e ajuda a manter a equipe, a estrutura e a liberdade de expressão. Clique aqui e apoie!