Lula definiu os 16 nomes que ainda estavam pendentes para ministérios no novo governo. Simone Tebet vai para o Planejamento, Marina Silva para o Meio Ambiente, Ana Moser para o Esporte e Sônia Guajajara vai comandar a pasta dos Povos Indígenas. Ministério das Comunicações fica com o União Brasil, partido de ACM Neto
Luiz Inácio Lula da Silva fechou a lista de 37 ministérios que irão compor o novo governo. Os 16 nomes que faltavam foram anunciados hoje pelo presidente eleito.
Entre nomes esperados, como a senadora Simone Tebet (MDB-MS) para o Planejamento e Orçamento, e algumas surpresas, os anunciados mostraram o espaço que o centrão — com MDB, PSD e União Brasil — deverá ter na futura gestão.
Veja abaixo os 16 nomes anunciados
1. Agricultura: senador Carlos Fávaro (PSD-MT)
2. Cidades: Jader Filho (MDB)
3. Comunicações: deputado Juscelino Filho (União Brasil-MA)
4. Desenvolvimento Agrário e Agricultura: Paulo Teixeira (PT-SP)
5. Esportes: ex-jogadora de vôlei Ana Moser
6. GSI (Gabinete de Segurança Institucional): general Gonçalves Dias
7. Integração e Desenvolvimento Regional: Waldez Góes (PDT-AP)
8. Meio Ambiente: deputada eleita Marina Silva (Rede-SP)
9. Minas e Energia: senador Alexandre Silveira (PSD-MG)
10. Pesca e Aquicultura: deputado André de Paula (PSD-PE)
11. Planejamento e Orçamento: senadora Simone Tebet (MDB-MS)
12. Povos Indígenas: deputada eleita Sônia Guajajara (PSOL-SP)
13. Previdência Social: ex-ministro Carlos Lupi (PDT)
14. Transportes: senador eleito Renan Filho (MDB-AL)
15. Turismo: deputada Daniela de Waguinho (União Brasil-RJ)
16. Secom (Secretaria de Comunicação Social): Paulo Pimenta (PT-RS)
Lula dedicou a última semana para fechar essa matemática. Com uma frente ampla em torno de seu nome na eleição, o futuro presidente teve de incluir também as chamadas “cotas parlamentares” em seu governo, para facilitar a relação com o Congresso.
Assim, partidos como o União Brasil, de oposição histórica ao PT, ganharam seu espaço, e MDB e PSD, que apoiaram parcialmente a chapa de Lula, conseguiram uma barganha maior.
As vagas do União Brasil foram fechadas aos 45 do segundo tempo, em negociações que duraram até a manhã de hoje. O senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), líder do partido do Senado e um dos articuladores do acordo, participou da cerimônia.
Já no MDB, a consolidação de duas pastas de orçamento robusto, além do Planejamento, pode ser considerada uma vitória, que, numa queda de braço com o PT e partidos aliados, conseguiu transformar a indicação de Tebet em “cota pessoal” de Lula.
Marina Silva
Marina Silva (Rede) voltará a ser ministra do Meio Ambiente, e de novo num governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quase 15 anos depois de uma conturbada saída do cargo e de um profundo desgaste com líderes do PT, partido que está na origem de sua militância política.
Como futura titular do Ministério do Meio Ambiente, Marina retomará o cargo que exerceu entre 2003 e 2008, durante todo o primeiro mandato e parte do segundo governo de Lula.
O cenário que ela vai encontrar, porém, é totalmente distinto, depois do desmonte da política ambiental promovido pelo governo Jair Bolsonaro (PL).
Nascida num seringal no Acre, ex-empregada doméstica e historiadora, Marina tem 64 anos e ocupa cargos públicos há mais de 35 anos. Atuou com o líder seringueiro Chico Mendes e ajudou a fundar a CUT (Central Única dos Trabalhadores) no Acre.
Ana Moser
Anunciada nesta quinta-feira (29) como nova ministra do Esporte, Ana Moser será a primeira esportista no cargo desde que Pelé, no primeiro governo FHC, ocupou o então Ministério Extraordinário do Esporte. Mas a medalhista olímpica não será a única ex-atleta no primeiro escalão do governo. Antes dela, Anielle Franco foi anunciada como ministra da Igualdade Racial.
Ana Moser, que na última década foi a ex-atleta mais ativa nas discussões sobre o esporte no Brasil, também vai ser a primeira mulher a ocupar o Ministério do Esporte, pasta que foi transformada em secretaria por Jair Bolsonaro (PL), perdeu orçamento, e voltará a ser ministério com Lula.
Sônia Guajajara
Sonia Guajajara será a ministra do novo Ministério Indígena – ou Ministério dos Povos Originários – criado pelo presidente eleito Lula (PT).
Sonia é do povo Guajajara/Tenetehara, habitantes da Terra Indígena Araribóia, no Maranhão. Nascida em 1974, formou-se em enfermagem e letras pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e fez pós-graduação em educação especial.
Nas eleições de 2018, foi candidata a vice-presidente de Guilherme Boulos (PSOL), deputado federal eleito em 2022 e líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto).
Nas eleições de 2022, foi eleita deputada federal por São Paulo com 156 mil. É a primeira indígena eleita pelo estado para a Câmara dos Deputados.
Tornou-se liderança indígena. Filha de pais analfabetos, Sonia saiu de casa aos 15 anos para estudar em Minas Gerais. Em 2013, tornou-se a liderança da Coiab (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira), uma das instituições indígenas mais importantes do país. Pelo trabalho, foi eleita uma das pessoas mais influentes do mundo pela renomada revista norte-americana Time, em 2022.