Redação Pragmatismo
Notícias 17/Jan/2023 às 16:47 COMENTÁRIOS
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Atendentes dizem que Bolsonaro pedia para "até 20 pessoas provarem comida" antes dele

Publicado em 17 Jan, 2023 às 16h47

Atendentes e pessoas próximas do ex-presidente tentam justificar gastos exorbitantes com cartão corporativo: "Pedia para 20 pessoas provarem a comida antes dele e esperava 40 minutos para comer esse alimento. Eram várias pessoas provando, por isso a conta dava alta [...] até água e biscoito era comprado em quantidade multiplicada, porque Bolsonaro só comia e bebia quando todo mundo provava"

bolsonaro comendo KFC
Bolsonaro no KFC, em Orlando (EUA)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava paranoico e imaginava que poderia ser envenenado. As informações foram divulgadas por trabalhadores de estabelecimentos comerciais que receberam Bolsonaro em algum momento.

“Ele [Bolsonaro] pedia a umas 20 pessoas para provarem a comida antes dele e esperava, pelo menos, 40 minutos para comer essa comida. Ele tinha muito medo de ser envenenado”, disse um trabalhador em conversa com a ‘Agência Amazônia’.

Bolsonaro esteve em São Gabriel da Cachoeira (AM) nos dias 26, 27 e 28 de maio de 2021 para inaugurar uma ponte de madeira. Em um único dia, o ex-presidente gastou R$ 23,2 mil no cartão corporativo em uma padaria de pequeno porte e, segundo dados que estavam em sigilo e foram revelados recentemente, toda a viagem custou mais de R$ 700 mil.

Apoiador de Bolsonaro, um funcionário tentou justificar a farra do ex-presidente com o cartão corporativo. “É uma injustiça o que a mídia está fazendo. Na verdade, ele [Bolsonaro] era muito perseguido, e por isso pedia para as pessoa provarem a comida antes dele, para ver se estava envenenada. Eram várias pessoas provando e a conta dava alta”, disse o homem, que pediu para não ser identificado.

“Bolsonaro tinha predileção por comida regional. Ele queria comer o que estava em alta entre os turistas”, acrescentou.

A conduta de fazer assessores se colocarem como “cobaias” no “teste de envenenamento” vem da Idade Antiga, quando imperadores tinham serviçais escravizados especificamente para esses casos, sem remorso sobre a vida de quem “testava” o alimento, se seria fatal ou não.

Em um mercadinho de São Gabriel da Cachoeira, onde Bolsonaro gastou R$ 17.951,10 no cartão corporativo em três dias na cidade, um comerciante justificou que a assessoria do ex-presidente comprou dezenas de águas minerais, porque, mesmo lacradas, o ex-presidente pedia a vários assessores para abrirem e beberem a água antes dele.

“O Bolsonaro comentava que os inimigos eram capazes de envenenar a água e lacrar de novo. Ele dizia que era perseguido porque estava fazendo a coisa certa no País, que a gente precisava se unir contra quem queria matar ele (sic)”, relatou o vendedor.

O comerciante disse que, além da água mineral, a assessoria do ex-presidente comprava produtos, como biscoitos e similares, tudo em quantidade multiplicada para que fossem abertas e “testadas” antes do consumo de Bolsonaro. “Por isso, a conta deu tão cara”, explicou.

Na publicidade dos dados do cartão corporativo do ex-presidente Bolsonaro chamou a atenção, também, a decisão da assessoria em escolher estabelecimentos comerciais com pouca estrutura física para o atendimento de um presidente da República.

No município de São Gabriel da Cachoeira, uma funcionária do hotel onde ficou Bolsonaro, em maio de 2021, explicou que a escolha de estabelecimentos comerciais aleatórios se dava para “confundir os inimigos”.

“Era uma estratégia que ele (Bolsonaro) usava para confundir os inimigos dele aqui na cidade, porque a maioria é petista. Ele dizia que quanto menos o local chamasse a atenção, os inimigos não saberiam onde ele estava e não iam armar uma emboscada para ele”, relatou a funcionária.

Bolsonaro foi eleito, em 2018, com um discurso belicoso contra adversários políticos, principalmente, os filiados ao Partido dos Trabalhadores (PT). Durante a campanha eleitoral, na época, ele segurou uma uma metralhadora e incitou correligionários a “metralharem” os petistas.

informações da Agência Amazônia

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