“É a revolta do povo e é o primeiro de muitos que irão acontecer. Ninguém é inquebrantável, nem mesmo o sistema”. Enquanto divulgava imagens e vídeos dos ataques criminosos em Brasília, deputado Walber Virgolino (PL) publicava mensagens de apoio aos golpistas
Os terroristas que depredaram Brasília (DF) e invadiram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF) no último domingo (8) não foram apenas financiados por empresários bolsonaristas, mas receberam também o estímulo de agentes políticos.
Um dos parlamentares que manifestou apoio à tomada da Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro foi o deputado estadual Walber Virgolino (PL), da Paraíba.
No dia dos ataques terroristas, o parlamentar paraibano divulgou nas redes sociais, para milhares de seguidores, uma coleção de vídeos da invasão e escreveu: “O POVO PELO POVO em sua fúria incontrolável”.
Depois, em entrevista à Rádio Espinharas FM, Virgolino afirmou que não condena “esse tipo de situação”. “É a revolta do povo e é o primeiro de muitos que irão ocorrer”, declarou. Ao responder o questionamento de uma seguidora no Instagram, o parlamentar tratou o terrorismo de 8 de janeiro como “pau no lombo”.
Walber também criticou o governador João Azevedo (PSB-PB) por enviar 30 policiais militares da Paraíba para ajudar na segurança de Brasília.
Advogados vão ao STF para impedir posse de deputados golpistas
O grupo Prerrogativas, composto por advogados e juristas, acionou o Supremo Tribunal Federal nesta quarta-feira 11 para pedir a suspensão da posse dos deputados que endossaram publicamente os atos terroristas praticados no último domingo.
Além de Walber Virgolino (PL), os advogados também pedem apontam Carlos Jordy (PL-RJ), Silvia Waiãpi (PL-AP), André Fernandes (PL-CE), Nikolas Ferreira (PL-MG) e Sargento Rodrigues (PL-MG) como parlamentares que enalteceram os atos terroristas.
“Ora, não é aceitável ou imaginável que pessoas que tenham sido eleitas como representantes do povo em um regime democrático, por meio de eleição livre, possam apoiar, incentivar e mesmo participar de atos que atentem contra o Estado Democrático de Direito”, diz a peça apresentada pelo ‘Prerrogativas’.
Segundo o Prerrogativas, “o apoio público a atos atentatórios ao Regime Democrático configura, de maneira clara e direta, comportamento incompatível com o decoro parlamentar”.
O coletivo pede a instauração de um inquérito policial para apurar a conduta dos deputados eleitos, além da queda dos efeitos jurídicos da diplomação, com a consequente suspensão da posse, marcada para 1º de fevereiro.
Vídeos de 8 de janeiro: