Ex-amigo revela que Daniel Alves mandava mensagens para sua esposa, mãe de sua filha. "Lembro-me de um dia, num clássico, que o vi e lhe questionei. E ele me disse: 'Eu não fiz isso com você, alguém deve ter usado meu telefone [...]' Ele negou tudo para mim, mas eu vi"
O jornalista José Manuel ‘Pipi’ Estrada, da Espanha, afirmou que era amigo de Daniel Alves até descobrir que o jogador brasileiro mandava mensagens para a sua esposa, Miriam Sánchez, mãe de sua filha. Pipi revelou a situação quando foi questionado sobre sua amizade com o jogador brasileiro durante o programa ‘Sálvame’, exibido na Espanha.
“Era muito amigo do Dani Alves até que um dia descobri que ele mandava recados para a mãe da minha filha”, disse Pipi. “Para Miriam?”, perguntou o apresentador Gema López. “Sim”, respondeu o jornalista.
“Mas que tipo de mensagens?”, questionou a jornalista Laura Fa. “Era tudo muito inocente, tipo insinuações… Uma das coisas que me chamou a atenção é que ele dizia coisas como ‘a gente conversa quando pudermos’ e mandava beijinhos”
“Ele sabia que vocês estavam juntos? ” perguntou Adela. “Claro. Lembro-me de um dia, num clássico, Barcelona x Real Madrid, que o vi e lhe perguntei: ‘O que se passa aqui?’ E ele me disse: ‘Papi, eu não fiz isso, alguém deve ter usado meu telefone. Papi, eu não fiz isso com você’. Ele negou tudo para mim, mas eu vi”, completou Estrada.
Pipi ainda comentou que, assim como quando foi questionado sobre as mensagens para Miriam, Daniel Alves também está negando a acusação de agressão sexual que está enfrentando.
Daniel Alves já mudou o depoimento várias vezes. A princípio, o jogador brasileiro disse que nunca tinha visto a mulher que o acusa de estupro e que, consequentemente, jamais havia tocado nela. Após ser confrontado com uma série de provas, o futebolista, que é casado, afirmou ter feito “sexo consensual” com a jovem de 23 anos.
O protocolo espanhol para casos de estupro
A rapidez e sigilo da reação dos empregados da boate Sutton e da polícia, no caso da denúncia de estupro contra o jogador Daniel Alves, chamou a atenção. Tudo isso faz parte de um protocolo aplicado pelo governo da Catalunha, província onde fica a cidade de Barcelona. O protocolo é aplicado nesses casos:
1. Agressão sexual em ambientes onde as pessoas se divertem, como festas, bares e discotecas.
2. Nele, são detalhados comportamentos que devem ser adotados tanto em relação às vítimas quanto em relação a supostos agressores.
3. As normas descritas no protocolo podem ser aplicadas pela polícia local em toda a Catalunha.
4. Lugares de lazer estão entre os três cenários mais recorrentes de registros de casos de violências sexuais, de acordo com a Pesquisa de Violência Machista da Catalunha de 2016.
Como funciona:
1. Entre as diretrizes, está, por exemplo, um ponto referente à atenção prioritária à pessoa agredida. Sempre que aconteça uma agressão sexual, se deve atender à vítima de maneira adequada e individualizada.
2. A vítima deve ser informada, de maneira clara e compreensível, sobre sua situação e futuras consequências do ocorrido, a fim de que possa tomar decisões de forma livre e tranquila.
3. Fica resguardado o direito da vítima de denunciar ou não o que sofreu, ainda que haja ressalvas relacionadas a isto no tratamento de menores de idade e de pessoas com alguma necessidade especial.
4. Um ponto importante do protocolo catalão diz respeito à necessidade de coordenação. Nele, se explica a relevância de os diferentes atores e instituições trabalharem de forma complementar.
5. No relato da Polícia da Catalunha, se confirma que os agentes “receberam o aviso da ocorrência, foram ao local, atenderam a vítima e a levaram ao serviço médico de emergência”.
6. Nos dias posteriores ao ocorrido, a vítima foi ouvida, prestou depoimento e foi acompanhada, a todo momento, psicológica e juridicamente.