Jair Bolsonaro

Gastos no cartão corporativo de Bolsonaro são quase o triplo do divulgado

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Os gastos de Jair Bolsonaro com cartão corporativo foram quase o triplo do que os divulgados na semana passada. Segundo planilhas parciais reveladas no dia 6 de janeiro, foram gastos R$ 27,6 milhões. Informações completas e detalhadas que agora se tornaram públicas mostram R$ 75 milhões em gastos

O ex-presidente Jair Bolsonaro (Imagem ; Wagner Meier | Getty)

Os gastos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com cartão corporativo durante a sua gestão foram quase o triplo do que os divulgados na semana passada.

O novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) revelou na última quinta-feira (12) que seu antecessor teria desembolsado R$ 27,6 milhões apenas com os cartões corporativos entre 2019 e 2022.

  • Segundo planilhas que se tornaram públicas no dia 6 de janeiro, foram gastos R$ 27,6 milhões entre 2019 e 2022;
  • No Portal da Transparência do governo federal, no entanto, essa quantia passa de R$ 75 milhões nestes quatro anos;
  • Conforme as planilhas, em 2022 foram gastos R$ 4,9 milhões; no portal, essa quantia é de R$ 22,8 milhões para o mesmo período.

Entenda polêmica

Segundo o jornalista Luiz Fernando Toledo, cofundador da agência “Fiquem Sabendo”, no entanto, há dados incompletos nas planilhas divulgadas, o que pode representar que os gastos foram, na verdade, consideravelmente maiores.

Em entrevista ao podcast da jornalista da TV Globo Natuza Nery, Toledo explicou que os números disponibilizados pelo governo não batem com aqueles apresentados no Portal da Transparência.

Valores não batem

Isso porque, apesar de não detalhar os valores do cartão corporativo, o Portal da Transparência aponta um gasto muito maior do que o divulgado na semana passada.

Segundo Toledo:

Governo Federal divulgou gasto de R$ 4 milhões do cartão corporativo de Bolsonaro

Segundo Portal da Transparência, o valor correto é R$ 22 milhões

Dúvidas e respostas

O jornalista considerou que há dúvidas sobre se os gastos divulgados são apenas referentes à presidência ou englobam outros órgãos.

A resposta, segundo ele, é a divulgação das notas fiscais das compras feitas com o cartão corporativo, para que se saiba exatamente o que foi adquirido.

Alguns gastos com cartão corporativo pelo governo Bolsonaro:

R$ 30 mil em hospedagens de hotel em São Paulo, quando Bolsonaro não estava na cidade;

R$ 8,6 mil em sorvetes;

R$ 1,46 milhão em um único hotel;

R$ 362 mil em uma única padaria;

R$ 3 mil em lanches do McDonald’s;

Críticas ao ex-presidente

A divulgação destes valores renderam diversas críticas ao ex-presidente nas redes sociais, inclusive de políticos que faziam oposição ao governo. Leia aqui alguns dos comentários feitos no Twitter.

Para que serve o cartão corporativo?

Criados em 2001, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), os cartões de Pagamento do Governo Federal (CPGF), que ficaram conhecidos como cartões corporativos, tinham como objetivo facilitar a transparência de gastos antes feitos com cheques ou por meio da apresentação de notas fiscais.

Alterações por meio de decretos tentaram limitar e dar mais transparência ao uso desses recursos. Depois da CPI dos cartões corporativos, em fevereiro de 2008, o uso do cartão para saques passou a ser proibido. A exceção ficou para “peculiaridades” de alguns órgãos e casos com um limite de 30% do total da despesa anual do órgão.

O detalhamento dos gastos com cartão corporativo fica sob sigilo durante o mandato do presidente por razões de segurança.

Com  Yahoo e Uol

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