Terrorismo

Mundo condena tentativa de golpe no Brasil e manifesta apoio a Lula

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Líderes mundiais repudiam terrorismo em Brasília e apoiam governo Lula. Presidentes da União Europeia, dos EUA e da América Latina rechaçaram tentativa de golpe no Brasil

Imagem: Ton Molina | AFP

Após atos de depredação nas sedes do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF), líderes de diversos países já se manifestaram sobre a ação de apoiadores golpistas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em Brasília, neste domingo (8).

O presidente da França, Emmanuel Macron, falou em apoio “incondicional” do país ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tomou posse no último domingo (1).

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, condenou o atentado à democracia e disse que a situação no Brasil é “ultrajante”. Afirmou que as instituições democráticas do Brasil têm todo o apoio e a vontade do povo brasileiro não deve ser abalada.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, condenou os ataques à democracia brasileira. Ele frisou que “usar a violência para atacar as instituições é sempre inaceitável”.

“Nos juntamos a Lula para pedir o fim imediato dessas ações”, afirmou.

Imagem: Marcelo Camargo | ABr)

Na América Latina, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, foi o primeiro a prestar solidariedade ao presidente Lula e sugeriu uma reunião de urgência da Organização dos Estados Americanos (OEA).

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, afirmou que a democracia “é o único sistema político que garante as liberdades e nos obriga a respeitar o veredito popular”.

“Aqueles que tentam desrespeitar a vontade da maioria ameaçam a democracia e merecem não só a sanção legal correspondente, mas também a rejeição absoluta da comunidade internacional”, destacou o líder argentino, que ressaltou seu “apoio incondicional” a Lula diante “dessa tentativa de golpe”.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, classificou como “covarde e vil” as ações de manifestantes de extrema direita que depredaram e atearam fogo em trechos de sedes dos Três Poderes.

Evo Morales, ex-presidente da Bolívia, falou em “ações golpistas dos bolsonaristas que agrediram o Congresso e outras instituições pilares da democracia no Brasil”.

“Nossa solidariedade ao irmão Lula e ao povo brasileiro. A direito bolsonarista segue o exemplo de Donald Trump e não aceita a derrota”, afirmou Morales.

O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, pediu “o retorno imediato da democracia” e condenou o assalto ao Congresso Nacional.

O presidente cubano Miguel Díaz-Canel Bermúdez disse que os atos de terrorismo têm o “objetivo de gerar caos e desrespeitar a vontade popular manifestada com a vitória de Lula nas urnas”.

A invasão

Na tarde hoje, terroristas apoiadores de Jair Bolsonaro invadiram e destruíram o plenário do Supremo Tribunal Federal e também depredaram o Congresso Nacional.

O plenário onde são realizadas as sessões do STF ficou completamente destruído. Cadeiras, câmeras e janelas do térreo foram quebradas. Sofás também foram rasgados.

Um grupo de milhares de extremistas bolsonaristas que marchava pela Esplanada dos Ministérios enfrentou os bloqueios policiais e invadiu o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e a sede do STF na tarde de hoje.

Os extremistas atacaram primeiro o prédio do Congresso. Eles enfrentaram os policiais que mantinham bloqueios na área, subiram a rampa do Congresso e, em seguida, tomaram as famosas cúpulas. Eles também quebraram a vidraça do Salão Nobre do prédio e conseguiram entrar no Congresso Nacional, apesar de enfrentarem resistência da Polícia Legislativa.

Após a tomada do Congresso, um grupo menor também se dirigiu ao Palácio do Planalto, sede do governo federal, e conseguiu entrar na área externa do prédio. Policiais formaram uma barreira para impedir acesso ao interior do edifício, de onde despacham o presidente da República e vários ministros.

Os manifestantes conseguiram subir a rampa do Planalto, onde o presidente Lula recebeu a faixa presidencial há uma semana. O petista não está em Brasília. Ele viajou para Araraquara, no interior de São Paulo, para avaliar o impacto das chuvas que atingiram a região nos últimos dias.

‘Golpe não vai prevalecer’

O ministro da Justiça, Flávio Dino, disse estar na sede da pasta para acompanhar a situação em Brasília, depois que um grupo de centenas de extremistas bolsonaristas enfrentou os bloqueios policiais e invadiu os prédios do Congresso Nacional e do STF.

Dino afirmou ainda que o governo do Distrito Federal prometeu reforços — o secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, informou ter determinado ao setor de operações da pasta “providências imediatas para o restabelecimento da ordem no centro de Brasília”.

Nas redes sociais, políticos brasileiros classificaram as cenas como “inaceitáveis” e falaram em “burrice”.

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