Líder da Igreja Mundial do Poder de Deus pede R$ 10 milhões a fiéis para quitar dívidas e diz que Lula "não gosta de trabalhar" e "cortou o dedo só para se aposentar"
O pastor Valdemiro Santiago pediu que seus seguidores arrecadem R$ 10 milhões para doação à Igreja Mundial do Poder de Deus, da qual é fundador.
Em pregação na TV Mundial, da qual também é dono, Valdemiro desafiou os fieis a juntar a quantia até o próximo dia 31, para acabar com a greve de funcionários da emissora.
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Greve dura quase duas semanas
De acordo com informações do blog de Ricardo Feltrin no portal Uol, os colaboradores da rede de televisão estão sem trabalhar há quase duas semanas.
Entre as reclamações feitas pelos funcionários, as principais são:
➝ Não recebimento do 13º salário
➝ Atrasos nos pagamentos há cerca de três anos
➝ Valdemiro não deposita o FGTS nas contas
Manifesto dos funcionários
No sábado (21), os funcionários divulgaram um manifesto contra Valdemiro. Entre outros pontos, afirmaram que os atrasos impossibilitaram que “pais e mães de família pudessem realizar uma ceia de natal com um mínimo de dignidade”.
Esta, inclusive, é a terceira greve realizada pelos funcionários no espaço de pouco mais de um ano.
Valdemiro critica colaboradores
A igreja admite as dívidas. Por outro lado, Valdemiro se disse “machucado” e acusou os colaboradores de estarem sendo “injustos”.
“Tenho dado um duro danado. Minha vontade é acabar com essa TV, e aí eles que vão trabalhar lá na Globo, na Record”, disse.
Ataque a Lula
Apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o pastor não poupou nem o atual chefe do Executivo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nas críticas aos funcionários.
“(É assim que age quem) Não gosta de trabalhar. São como ‘aquele’ que cortou o dedo só pra se aposentar”, disse, sem citar o nome do presidente.
“Proposta inaceitável”
Os colaboradores seguiam em greve até a última segunda-feira (23), após, segundo eles, receberem uma proposta “inaceitável” da emissora. Já Valdemiro garantiu que trata estes funcionários não como empregados, mas “como filhos”.
Manifestações nas redes sociais
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