Antes de falarmos sobre o plano do presidente eleito da Colômbia, Gustavo Petro, acredito ser importante, entendermos o que ocorreu desde os anos do Acordo de Paz protagonizado pelo ex-presidente Juan Manuel Santos, mas que teve diversas polemicas protagonizadas pela mão firme e ideologia de violência contra violência, protagonizada pelo também ex-presidente Álvaro Uribe, o qual tem um grande apoio político até os dias de hoje, por conta dos seus feitos contra o narcotráfico no país. Tal campanha contra o Acordo de Paz, fez com que ganhasse as eleições o presidente Ivan Duque, que nada mais fez do que aumentar a violência no país.
O ex-presidente Álvaro Uribe, protagonizou uma política extrema, que fortificou as forças policiais do país, aprovando até mesmo a entrada da polícia norte-americana (DEA) para o apoio e o plano da criação de uma parte do exército colombiano para que pudessem se especializar na luta contra o narcotráfico. Mas o que me chamou a atenção, de forma pessoal, é que quando fui para a Colômbia durante o processo de paz do ex-presidente Juan Manuel Santos, presenciei uma cena pela qual nunca imaginei que veria em 2017.
Estava em uma praça em Bogotá sentado apenas passeando, quando vi sentados dois jovens parados sem fazer nada, apenas olhando também e passeando. Eles pareciam ter mais ou menos vinte cinco anos, nao passavam dessa idade. Ao mesmo tempo, vi dois policiais descendo da praça, que ao passarem pelos jovens. Detalhe, que estes jovens policiais, eram iguais aos jovens sentados na praça. Esses policiais, pediram para os jovens se virarem, por mais que nao estivessem fazendo nada, tiveram que ser revistados e as suas mochilas esvaziadas. Este tipo de atitude, só existe na Colômbia por conta das políticas de Álvaro Uribe.
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Essa política se intensificou com o ex-presidente Iván Duque, que retirou, ou melhor, ignorou o Acordo de Paz do anterior governo, para que o processo de violência que se intensificou pelas buscas aos guerrilheiros e narcotraficantes.
Em 2022, ganhou um ex-guerrilheiro a presidência da república colombiana, o político do partido Colombia Humana, Gustavo Petro, com a promessa de fazer a paz no país, finalmente acabando com a violência que é geral nos espaços rurais do país.
Para realizar essa paz, o presidente Gustavo Petro enviou para o Congresso da República de seu país uma proposta de lei chamada de “Paz Total”, que consiste muito mais do que apenas fazer do país a paz se tornar lei, é uma prerrogativa de que o Acordo de Paz realizado pelo ex-presidente Juan Manuel Santos, se torne exemplo para esse plano, pois com ele era apenas um acordo entre o governo e a FARC, já no plano do novo governo seria realizar diálogos com todos os grupos guerrilheiros sem exceção, sejam eles legais ou ilegais.
O que chama bastante a atenção nesta lei, é que além dela incluir a obrigação dos governos em realizar um diálogo cara a cara com os grupos guerrilheiros, ela também faz com que haja uma política publica que permeie todos os campos do governo colombiano, reabrindo o diálogo não só com os guerrilheiros, mas com os povos que vivem nessas regiões afetas por muitos anos por essa violência que já deixou incalculáveis vítimas.
*Danilo Espindola Catalano é escritor, pesquisador e professor de espanhol, dedicado a passar a cultura latino-americana aos seus alunos. Graduado em Sociologia e Política pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, pós-graduado em Metodologia do Ensino da Língua Espanhola e Especializando em Educação e Cultura pela Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais Brasil.
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