"Você acha que é fácil acordar às 5h da manhã todos os dias, e dormir às 23h? Não é, só que eu tenho um objetivo na minha vida e todo dia eu olho e falo: 'hoje eu estou mais perto'". Edgar, que se dizia empresário e cidadão de bem, ostentava armas e publicava mensagens que exaltavam o 'trabalho duro' e a meritocracia. Antes de se entregar, ele divulgou um áudio pedindo para que não fosse tratado com violência pela polícia
Edgar Ricardo de Oliveira, de 30 anos, matou 7 pessoas (incluindo uma menina de 12 anos) na cidade de Sinop (MT) depois de perder partidas de sinuca em um bar da cidade.
Edgar passava a maior parte do seu tempo nas redes sociais militando em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ostentando armas de fogo. Ele se dizia empresário da construção civil e também divulgava mensagens motivacionais que exaltavam o ‘trabalho duro’ para ‘vencer na vida’.
Em um dos vídeos publicados, Edgar aparece em um carrossel de imagens, que é acompanhado pelo seguinte áudio: “Você acha que é fácil acordar às 5h da manhã todos os dias, e dormir às 23h, meia noite ou até mais? Não é, só que eu tenho um objetivo na minha vida e todo dia eu olho e falo: ‘hoje eu estou mais perto'”.
Edgar é Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), filiado em um clube de tiros, em Alta Floresta, a 800km de Cuiabá, capital do estado. Ele excluiu todas as suas redes após a chacina.
Nas imagens de câmera de segurança, Edgar aparece executando pelas costas Larissa Frasão de Almeida, de 12 anos. A menina corre para salvar a vida após ver o pai, Getúlio Rodrigues Frasão, 36, ser executado com pelo menos três tiros. A mulher que sobrevive à chacina é a mãe de Larissa e esposa de Getúlio.
Edgar e Ezequias
Edgar se entregou à Polícia Civil na manhã desta quinta-feira (23). Ele estava foragido desde terça-feira (21), quando ocorreu o crime. O cúmplice dele, Ezequias Souza Ribeiro, de 27 anos, morreu em confronto com a Polícia Militar, na tarde dessa quarta-feira (22). “Edgar vai responder por sete homicídios, todos qualificados”, disse o delegado.
Antes de ser preso, Edgar enviou um áudio para as autoridades em que pediu para não ser tratado com violência pela polícia. Edgar, que tem registro por violência doméstica, defendeu o uso de armas de fogo nas redes sociais com a seguinte frase: “Prefiro ter e não precisar, do que precisar e não ter”.
Imagens fortes: