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CGU deve quebrar sigilo do cartão de vacinação de Bolsonaro e Lula decide abrir o seu

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No momento em que a CGU está prestes a quebrar o sigilo do cartão de vacinação de Jair Bolsonaro, presidente Lula decide tornar público o seu documento voluntariamente. As doses contra a Covid recebidas por Lula tiveram ampla cobertura da imprensa e ele próprio publicou nas redes. Flávio Bolsonaro esbraveja contra a divulgação do cartão do pai

A Controladoria-Geral da União deve quebrar o sigilo do cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro. Para a divulgação do conteúdo, o Ministério da Saúde ainda precisa fornecer à pasta o acesso à carteira de vacinação.

Bolsonaro repetiu durante seu mandato que não se vacinou contra o coronavírus, mas impôs sigilo sobre o seu próprio cartão de vacinação. A expectativa é de que a CGU também derrube o sigilo sobre o processo disciplinar contra o ex-ministro Eduardo Pazuello.

“Há uma discussão quando se está diante de uma política pública de vacinação no meio de uma pandemia. As pessoas eram estimuladas ou desestimuladas a se vacinar e isso gerava impacto no índice de contaminação, nas mortes. Em uma situação como essa, será que há interesse público numa carteira de vacinação de uma autoridade pública? A discussão é legítima e a decisão vai ser tomada pela área técnica da CGU”, declarou Vinícius de Carvalho, ministro da CGU.

Para dar o exemplo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve também divulgar seu cartão de vacinação voluntariamente, com o registro de todas as doses do imunizante contra o coronavírus.

As doses contra a Covid-19 recebidas por Lula tiveram ampla cobertura da imprensa, e ele próprio publicou em redes sociais. Tornar público o documento, contudo, seria uma forma de mostrar que o presidente atende a uma padronização das regras de sigilo, que passam a ter critérios mais claros.

Flávio Bolsonaro contesta

Para o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), tornar público o cartão de vacinação do pai é “inadequado” e “ilegal”. “Trata-se de uma questão de foro íntimo, não tem nenhuma relação com o fato de ele ter sido presidente ou não. Se ele optou por não se vacinar, é por conta e risco dele”, afirmou.

Jair Bolsonaro sempre disse não ter se vacinado contra a Covid e divulgou tratamentos sem eficácia científica durante o auge da pandemia. No entanto, há fortes suspeitas de que o ex-presidente tenha se vacinado, mas não tornou a informação pública para não decepcionar seus militantes anti-vacina.